quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

SPAÇO 10 SAGRADO vs. RELIGIÃO Do livro EgoCiência e SerCiência ─ Proposta do Sagrado 3ª (e última) Parte


ESPAÇO 10  SAGRADO vs. RELIGIÃO
Do livro EgoCiência e SerCiência ─ Proposta do Sagrado
3ª  (e última) Parte
Creio que o leitor (a),  poderia argumentar sobre a necessidade de se separar atos humanos, do contexto religioso. Argumento perfeitamente válido; por essa razão friso, sempre, que meus questionamentos/dúvidas/rebeldia voltam-se à religião instituída, o que pressupõe estrutura organizacional complexa, principalmente aquelas que se fundamentam quase como uma grande empresa comercial; aliás, quase, não;  algumas operam como grandes multinacionais. Mesmo em estruturas como essas, é possível  encontrar pessoas que fazem diferente do instituído; é muito difícil, pois se a diferença for muito grande, a estrutura tira fora, a “ovelha negra”. O interessante é que sempre vão para fora dessas estruturas, pessoas com visão social mais abrangente; pessoas que pensam o humano, de forma especial. Para essas estruturas “ovelhas negras” são aquelas  pessoas que questionam e confrontam pensamentos ultrapassados; são aquelas com visão holística da realidade do animal humano; são as que não querem dominar, ideologicamente e sim, libertar. Alguns desses “reformistas”, quando não são excluídos, excluem-se.
Uma atitude que acho bonita, nos muçulmanos, é que o Alcorão, livro considerado sagrado, do islamismo, não pode ser vendido, comercializado;  isto, como demonstração de respeito; me parece não haver paralelo, em outras religiões.
Lembro de uma frase de minha mãe  ─ “Um dia você saberá que religião e fé podem não ter nenhuma ligação,  para algumas pessoas; saberá também que o importante é a fé verdadeira e lúcida, e não a religião instituída.”
Faz tempo que considero esse pensamento de minha mãe, totalmente correto;  muitas pessoas que se dizem profundamente religiosas, não demonstram a mínima compreensão sobre a maravilha que representa a Vida; não se comovem frente ao magnífico espetáculo que a Natureza, todos os dias oferece; não conseguem compreender e aceitar as inúmeras diferenciações humanas e reagem com preconceitos e severas críticas aos diferentes,  delas mesmas. Talvez a culpa não seja propriamente dessas pessoas; algumas religiões instigaram e ainda instigam, aos seus adeptos, atitudes de supremacia, de certeza de que suas religiões, bem como aqueles que comandam a estrutura religiosa, são verdadeiramente infalíveis; consequentemente, por osmose, também assim se consideram.
Essas e outras situações analisadas fizeram-me, bem cedo, migrar para o campo científico, com finalidade específica de buscar entender, melhor, o processo da vida. Em conversas com amigos, alguns levantaram a hipótese da possibilidade de ter, talvez inconscientemente,  dado outro sentido à religiosidade. Argumentei, por várias vezes, que religião foi uma criação exclusiva do animal humano, por razões diversas. Complementava dizendo que, apesar dos estudos ocidentais definirem o animismo, o xintoísmo, e até mesmo o  pandeísmo como religiões, eu  os via de forma diferente e era por eles, tocada em essência. Explico aqui, a razão, dessa  grande “empatia”.
O animismo, cujo termo foi criado por um antropólogo inglês ─ Sir Edward Tylor ─ em 1871, identifica uma “manifestação religiosa imanente a todos os elementos do cosmos ─ sol, lua;  da natureza ─ florestas, pedras; seres vivos e fenômenos naturais.”  Segundo Tylor, seria um princípio vital e pessoal, chamado Ânima.


O xintoísmo, considerado pelos ocidentais, como religião tradicional, do Japão, é em essência, um culto à natureza, mesclando, possivelmente, politeísmo e animismo. A prática mais importante do xintoísmo é honrar e celebrar a existência de Kami, cujas definições  comportam “espírito”, “essência” ou “divindades”. O Kami é visto como consistindo de energias e elementos “sagrados”. O Xintoísmo, tal qual o Budismo não exigem dos que os professam que sejam crentes ou praticantes. Em essência, para o Xintoísmo, a vida, sem associação plena com a natureza, é incompreensível.
Pandeísmo,  é uma junção da crença panteísta com a deísta, sendo essencialmente, postura filosófica.O Pandeísmo, bem como  suas correntes formadoras, admitem a existência de um Deus criador; tal qual o deísmo; desconsidera a necessidade de uma religião instituída para alcançar  a certeza Dele, o que pode ocorrer mediante a razão, tida como meio seguro para alcançar esse conhecimento, essa certeza. Tal qual o panteísmo, considera a Natureza e o Universo como “divindades”, entendendo divindades como energias, forças representativas de conhecimento supra- humano.
Com essas e outras conversas, com meus amigos, deixava claro que considerava a vida,  em abrangência, portanto,  muito maior do que qualquer religião instituída o fazia; que um deus totalmente “sósia” do animal humano, em suas piores características ─ vingador, intolerante, raivoso, dominador ─, não condizia com tudo que sempre observei, na Natureza. Não conseguia admitir o tal paraíso, inferno, purgatório, pós vida; com muita afinidade ao “composto”  ação e reação, admitia, para mim mesma,  a existência de um sistema “bumerangue”, através do qual o que era feito, retornava a quem o fez, fosse o que fosse, como meio de ensinamento e não propriamente de punição, caso a ação fosse malévola.
Quando comecei a dar os primeiros passos em direção à Física Quântica  pressenti, nela, algo extremamente importante como elo de ligação,  entre o animal humano e ENERGIA ─Deus. Após aquela “captação” de 21 de setembro de 1996, o que germinava, em mim, simplesmente tornou-se raiz profunda da magnífica certeza da ENERGIA, como substrato do Todo Conhecido e não conhecido, ainda.
Por que, exatamente,  a Física Quântica?
Primeiro, por ela ser ─ Campo Científico. Sempre considerei a ciência como o melhor caminho, o mais lúcido para o grande encontro com o INCOGNOSCÍVEL.
Segundo, porque a Física Quântica, através da Mecânica Quântica, é a teoria física que estuda, trabalha com átomos, elétrons, prótons e outras partículas denominadas subatômicas.
Tudo o que vemos, é macro, por menor que ele seja; o micro, de todas as coisas, é invisível. Somos totalmente formados, pelo Invisível e isso é fantástico!  Mais fantástico ainda, porque esse “invisível” é pura energia; somos, em realidade absoluta, milhares, milhares e  milhares de átomos que se ligam formando moléculas, “alicerces” do que conhecemos como corpo físico.
O desconhecimento e/ou irrelevância,  desse aspecto fundamental da formação de tudo que existe na Natureza, no Planeta, no Universo, leva o animal humano a percorrer, intimamente, caminhos que tendem a confundir ao invés de “esclarecer”; nesse sentido específico,  religiões instituídas deixam muito a desejar; elas preferem manter o animal humano sob tutela de seus pensamentos, dogmas ao invés de fazê-lo buscar, em si mesmo, toda a grandiosidade de uma realidade ─ além matéria. Essa realidade, além matéria, pode e deve ser, em meu entender, procurada, achada e compreendida, enquanto a Vida anima, o corpo físico.
Esse encontro de nós, com nossos “constituintes”  desperta inacreditável reverência ao princípio mesmo, da Vida,  que está além, muito além de todas as especulações, teorias, proposições.
Assim, para mim, é claro, o simples vislumbre do que a Física Quântica irá ─ com certeza ─ representar,   para a evolução mental, do animal humano, fez-me adotar, da forma que me é possível, a Física Quântica, em lugar de qualquer religião instituída, como caminho de busca, de conhecimento.
Para mim, esse caminho é Sagrado, como tantos outros o são e minha resposta àquela famosa pergunta de dom Juan ─ “... esse caminho tem coração?” ─  é sim; por essa razão sigo por ele.
Gostaria de novamente fazer o mesmo esclarecimento feito,  em outros Espaços ─ não faço nenhuma diferença, nenhuma contestação às pessoas, em suas crenças; respeito, sinceramente,  todas as manifestações de religiosidade, principalmente quando é possível sentir, nelas, um caminho pessoal adotado, conscientemente;  portanto, lucidamente aceito, compreendido e vivenciado. 

Autora:  MRMM  ─ Estrela Lunar Amarela

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