sábado, 27 de agosto de 2011

IMPASSE DECISIVO


26/08/2011

Pode, em uma primeira observação, parecer redundante o título deste; mas não o é.

Apesar de um impasse ser uma situação decisiva, em relação a algum tipo de solução necessária, a própria solução pode tornar-se  um novo impasse e assim, sucessivamente.

Acontece que o que vamos abordar tem, na verdade, a qualificação maior de ─ decisivo, no sentido de identificar um momento,  pelo qual a humanidade, clara e objetivamente,  passa.

Temos um magno impasse ─ continuidade ou não, da condição de vida, no planeta Terra.

O que torna essa situação  mais agudizante, é a quase impossibilidade de se encontrar solução justamente pelos inúmeros  fatores complicantes,  para tal.

Antes de continuarmos, vamos relembrar um pensamento de Einstein, citado no artigo de Leonardo Boff, já postado, por nós. Aliás, Leonardo Boff postou, no site www.cartamaior.com.br , artigo ─ Governados por cegos e irresponsáveis ─ que recomendamos leitura; praticamente este nosso, encontra profundo eco no que Leonardo Boff escreveu. Para nós, isso é bastante significativo e incentivador.

Os problemas significativos que enfrentamos não poderão ser resolvidos no mesmo nível de pensamento em que estávamos, quando os criamos.” (negritos da autora deste)

Para que chegássemos ao ponto onde estamos, como humanidade, longo caminho foi percorrido; entretanto, para alcançar o quase ápice do impasse atual apenas, aproximadamente,  200 anos,  foram suficientes.

A Revolução Industrial, que teve seu início datado, pelos historiadores, em meados do século XVIII, fez a cisão entre a atividade produtiva, praticamente artesanal ─ com utilização de escasso e rudimentar maquinário para manufatura de bens, em escala um pouco maior  ─, e a atividade industrial que, no século XIX,  já se firmava de forma definitiva.

Ampliando o leque de oferta de produtos, “aliciando” mão de obra, subjugando o trabalho natural/artesanal anterior,  ao trabalho forçado para cumprimento de metas de produção e oferecendo remuneração, o estopim da  Revolução Industrial alastrou-se, de forma absurdamente rápida.

Os avanços na produção em países específicos, da época,  permitiu a satisfação de necessidades e desejos de suas classes sociais; pagando pelo produto adquirido, o comprador alimentava o sistema recém- nascido com a  ideia da importância do consumo, para seu fortalecimento/expansão.

Concomitantemente com a era industrial, o capitalismo que, segundo historiadores, era embrionário já nos séculos XIII e XIV, por força de uma classe social surgida na Europa ─ burguesia (responsável pelo surgimento de cambistas e banqueiros) ─, classe essa que buscava o lucro através de atividades comerciais, esse capitalismo embrionário, então,  firmasse.

Curiosamente,  o termo capitalismo foi cunhado e utilizado, justamente por socialistas e anarquistas, ao referirem-se ao sistema político-econômico, sempre em críticas, já no século XIX.

Entretanto Jonh Lock e Adam Smith, idealizadores do sistema político-econômico ocidental, deram preferência ao termo liberalismo, justamente para demarcar território contra ingerências do poder estatal, isto no início do século XIX.

Os fundamentos essenciais, do liberalismo, são baseados em anseios humanos por liberdade de ação e pensamento.

Em 1946, representantes de partidos liberais europeus, reuniram-se em Bruxelas, firmando o que foi denominado de ─ Declaração de Bruxelas. É algo que vale a pena conhecer;  sites para lê-lo, na íntegra ─  www.laicidade.org  ou   http://www.liberal-international.org/ 

A Europa, de  hoje, age contrariamente ao  que consta, nessa Declaração.

Continuando, os desdobramentos da Revolução Industrial e do próprio capitalismo e/ou liberalismo, viriam a mostrar suas garras afiadíssimas. Quando os mercados internos dos países mais desenvolvidos estavam “saturados”, foi preciso buscar novos mercados em países em desenvolvimento.

Surgiu, então,  a chamada Globalização Econômica,visualizada por experts como forma de “desovar” excessos de produção dos países desenvolvidos, forçando um “livre mercado”, através da ilusória sensação de participação de todos em tudo, menos nos lucros, é claro.

Concomitantemente com a globalização, veio o neoliberalismo. Seu mentor, o economista Milton Friedman, concebeu esse sistema, após crise econômica de 1973, em função da alta do petróleo.

Destaque-se, nos princípios básicos, entre outros:

─ pouca intervenção do governo no mercado de trabalho/ política de privatização de empresas estatais/ abertura da economia para entrada de multinacionais/ aumento de produção com o objetivo básico de atingir o desenvolvimento econômico/ contra controle de preços dos produtos e serviços, por parte do Estado.

Em 1989, o FMI, Banco Mundial e Departamento do Tesouro Americano dos Estados Unidos, formularam o famoso Concenso de Washington, que se tornou política de ação do FMI, mais precisamente. Interessante observar que os objetivos desse Concenso, na época,  visavam prioritariamente, os países da América Latina.

O “consórcio” neoliberalismo/globalização, “endossado”  pelo Conselho de Washington,  resultou no “enlouquecimento” do sistema econômico, até atingirmos o que aí está.

Quando o economista John Willianson, criador do que foi proposto pelo Concenso de Washington, observou que suas ideias, segundo ele, tinham sido “deturpadas”,  declarou:

Claro que eu nunca tive a intenção que meu termo fosse usado para justificar liberalizações de contas de capital externo, ou minarquia, que entendo serem a quintessência do pensamento neoliberal".

Mas, era tarde.

Dessa época, para a frente, o sistema, baseado em inúmeros estudos psiclógicos,sobre o animal humano, detectou ser importante estimular, de todas as formas possíveis e imagináveis, o consumo, detonando o que hoje temos ─ consumismo. Há diferença entre consumo e consumismo; o primeiro, refere-se à aquisição de um bem, a medida em que ele se faz necessário; o consumismo, é a tendência desordenada e compulsiva, de comprar, mesmo que não haja necessidade, em fazê-lo.

Para dar um incentivo maior, ao consumismo, foi “criado” e colocado em prática  o chamado obsoletismo provocado, grande sacada mercadológica, principalmente com o advento das tecnologias atuais.  O celu comprado o mes passado, já terá sido superado e  tornado antiquado, obsoleto, alguns meses depois. O mesmo aconteceu e acontece com a computação.  As indústrias programam, com a máxima atenção, a colocação de uma simples tecla adicional, deixando-a de reserva para novo lançamento pois sabem que milhares e milhares de pessoas não conseguem ficar sem o que é chamado de top de linha. Desculpem-nos a simplicidade do exemplo; mas as coisas são, ardilosamente programadas.

Tudo isso, explicado assim, de forma extremamente rudimentar, montou o cenário dramático do que vemos hoje, no mundo ─ caos econômico/financeiro, das chamadas grandes potências, ameaçando demolir países emergentes, caso a crise se torne mais extremada; recursos naturais em colapso e uma população mundial aturdidada, sacudidada por tremendo grau de incerteza, sobre o amanhã.

O pensamento que criou, fomentou, alimentou todo esse sistema vigente, foi a compulsiva tendência do animal humano ao lucro, ao status, ao poder, ao comodismo extremo, tudo devidamente impelido pelo ego, no que ele tem de mais superficial, de mais terreno, de mais imprudente, de mais individualista, de mais alienado.

Grandes pensadores, do passado,  alertaram  para dois fatores determinantes de possíveis crises, num futuro bem próximo ─ superpopulação mundial e finitude dos recursos naturais. Claro que não foram levadas em consideração suas ideias e opiniões; estamos com população mundial em 7 bilhões (crescei e multiplicai-vos ─ sob a ótica humana;  controle de natalidade?  nem pensar!). Os recursos naturais, do planeta,  em fase de esgotamento e as taxas de crescimento econômico, dos países, sendo pautadas como ─ imprescindíveis. Para manter as coisas como estão, os recursos naturais vão se diluindo; qualquer taxa de crescimento, por menor que seja, equivale a uma demanda maior de recursos naturais; então...
Lembrando o pensamento de Einstein,  a busca por possíveis soluções,  demandaria pensamentos exatamente contrários àqueles que criaram essa situação, quase insolúvel.

Mas, infelizmente, as cabeças pensantes responsáveis por busca de soluções, estão completamente desfocadas, da realidade; buscam soluções baseadas nas mesmas premissas orientadoras, do sistema vigente. Algumas dessas tentativas de solução estão sendo adotadas em países da Europa e  nos Estados Unidos; são os arrochos e cortes orçamentários que atingem, especificamente, as classes menos privilegiadas ─ como sempre ─ em aspectos básicos como, por exemplo, área da saúde, remuneração trabalhista, aposentadorias etc. Soluções puramente paliativas; não terão, de forma alguma,  qualquer eficácia, muito pelo contrário.

Abusando de sua paciência, na leitura deste, vamos fazer um exercício, concebendo solução e prevendo consequências, apenas para que possamos deixar claro, o quanto a questâo é complexa, extremamente complexa.

O consumismo, um dos pilares da manutençao do sistema, da  obtenção de taxas de crescimento dos países, do extermínio dos recursos naturais do Planeta poderia, como num passe de mágica, deixar de existir. Suponhamos que parcela expressiva, da humanidade,  resolvesse comprar, única e exclusivamente, itens alimentares básicos e de higiene e limpeza, abandonando a aquisição de qualquer bem de consumo. Qual seria a resultante, quase que imediata?  Milhões e milhões de desempregados; indústrias em desaceleração crescente, taxa de crescimento dos países, zeradas, tal qual a obtida pela França, no segundo trimestre, deste ano. Isso seria  só o  começo, do caos, pois a cascata de consequências é quase impossível  de calcular, justamente pela força desestruturadora do sistema sócio, econômico  e político que tal “solução”, apresentaria.

Quem estaria disposto a pagar tal preço, por uma tentativa de minimizar condições de insustentabilidade, da vida, no Planeta Terra?

Então, pensamos o seguinte. A sustentação de tal sistema, levará, mais tempo menos tempo, ao que foi abordado, parágrafos acima. Sem matéria prima, sem recursos básicos como a água, chegaremos ao declineo ─ já em curso ─ não só de um sistema,  mas de uma civilização.

Considerando, em pouquíssimas linhas, a complexidade da macro questão, podemos ver, com absoluta nitídez, a ineficácia de qualquer solução pensada, seja ela nascida dos mesmos pressupostos dos pensamentos que deram origem ao sistema, em questão, ou não.  Daí,  o magno impasse.

Caso alguém possa pensar que o exposto acima é fruto de pessimismo destes que escrevem, podemos afirmar, que não; realismo e pessimismo têm conotações bem diferenciadas. Entretanto, na maioria das vezes, justamente pela cegueira dos que não querem ver, por razões as mais diversas,que não nos cabe questionar nem julgar,  o realismo pode aparentar  pessimismo, justamente para os que vivem apenas, de maya.

Voltando, há algo que não se pode descartar; está além, muito além de qualquer pressuposto humano porém, potencialmente existente em alguma esfera desconhecida pela maioria de nós. Esse algo tem embasamento científico, físico mas está além, está no metafísico. É a possibilidade do animal humano ter sua frequência modificada, por alterações no planeta e sistema solar.  Segundo diversas linhas esotéricas, essa possibilidade existe e, em acontecendo, o animal humano sairia de um campo puramente tridimensional o que proporcionaria  completa modificação mental/espiritual, com correspondentes alterações comportamentais, é claro.

É evidenciado, por diversos tipos de estudos afins, que nem todos “aguentariam” essa alteração, essa mudança de frequência; não há como se saber como ela seria levada a efeito, nem as possíveis e reais consequências. Entretanto, quando se pensa no tremendo beco sem saída, que nós, animais humanos nos propusemos a entrar, é quase que lógico ─ dentro da nossa lógica ─ que mudanças, caso ocorram, só poderão ser extremas; não existem ─ meias soluções.

Quanto tempo a humanidade terá que esperar, por situações mais favoráveis, não sabemos. Mas se 2012 terá,  realmente,  uma tremenda importância para o Planeta,  Sistema Solar e  Galáxia, será esse o momento da mudança de frequência, do humano?  Também não sabemos; acreditamos, mas não sabemos.

Entretanto, em nós, o que lateja, pulsa é a certeza lúcida, de que em futuro não tão longinquo, apenas pequenas comunidades ─ ainda não globalizadas  vivendo em acordo com os ciclos da natureza, em acordo com as mais básicas necessidades de sobrevivência, autogestoras de hábitos saudáveis e naturais, serão as que sobreviverão, sem maiores dificuldades,  ao que abalará o mundo globalizado, capitalizado, financeirizado, independentemente de 2012,  ou em função dele.

Encerramos com dois pensamentos que consideramos importantes:

“A nossa civilização é em grande parte responsável pelas nossas desgraças. Seríamos muito mais felizes se a abandonássemos e retornássemos às condições primitivas.”  Sigmund Freud  (1856-1939). 

Imagine o que Freud teria a dizer, agora, 72 anos após sua morte.

“A humanidade tenderá para a igualdade social não por generosidade dos ricos mas sim, pelo seu próprio egoísmo, entregando parte do que tem para não perder tudo.” James Stanovnik


Maria ─ Estrela Lunar Amarela
P.S.: detectando qualquer erro, por favor, nos comunique.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

CARTA À PRESIDÊNCIA DA CÂMARA DOS DEPUTADOS E SENADO FEDERAL


                                                  18/08/2011

Resolvemos postar, carta título deste, enviada por nós em 11/08/2011.

Algumas pessoas estranharam por termos sido leves, em nossa escrita, pois somos considerados martelos pesados, expressão usada na área jurídica.

Acontece que estamos nos esforçando, ao máximo, para deixarmos de lado um pouco daquilo que alguns consideram ─ agressividade; na medida do possível, cremos estar conseguindo, até uma próxima “recaída”.

Mas, é interessante observar, que sempre deixamos de dizer algo importante; no caso da Carta, título deste, não foi diferente.  Nesse sentido, quando nos referimos às instâncias superiores do Poder Judiciário, esquecemos de fazer duas observações, quanto ao simbolismo da Balança e da Deusa de olhos vendados, símbolos esses mais conhecidos, por todos.

Deveríamos ter dito que a Balança ─ que, em verdade nunca foi de precisão ─ está necessitando, urgentemente,  passar por uma avaliação séria, pois  afinal, ela pressupõe equilíbrio, ponderação; não estamos vendo,  tais valores.

Quanto a Deusa Justitia, cremos que a venda em seus olhos está totalmente “esgarçada” (muito mais do que era),  permitindo ver/identificar o “meliante” e absolvê-lo ou condená-lo em acordo, quase que exclusivamente, com sua  proeminência social  ─ ou não ─ ,  perante o sistema vigente.

São tristes, tais constatações; mas, todos sabem que são reais, infelizmente.

Outra coisa que esquecemos, foi deixar claro que, se os pensamentos expostos forem considerados fruto de ingenuidade,  receberemos  isso,  como elogio; infelizmente, a grande maioria tem seus pensamentos, ainda  enraizados, justamente no aspecto pejorativo, do antônimo da palavra ─ ingenuidade.

Abaixo, a íntegra da citada carta, em itálico.


                                                              Curitiba, 11 de agosto de 2011


CARTA À
 PRESIDÊNCIA DA CÂMARA DOS DEPUTADOS
E DO SENADO FEDERAL
C.c.:  Revista Caros Amigos, Veja, Rede Globo, Jornal Folha de São Paulo, Observatório da Imprensa, Carta Capital,  Aepet.

Prezados Senhores.

Como brasileira, acompanhando há praticamente 50 anos, o cenário político do País, tomo a liberdade de enviar  uma exortação a um pacto, entre os srs., em favor do Brasil.

Creio não ser necessário, sequer comentar, que a comunidade mundial vem sendo, rápida e incontrolavelmente arrastada, sufocada por situações preocupantes  porém,   já esperadas,  por razões várias e óbvias.

Um longo e decrépito período de insensatez tem tomado conta da mente daqueles que, de uma forma ou de outra, comandam as estruturas mundiais. É praticamente impossível acreditar que estejamos vivenciando tal  período de obscurantismo mental; mas é o que está ocorrendo. O tempo,   parece  diluir-se em controversas atitudes, tomadas ao ímpeto de cada “nova” situação, surgida. O pensar holístico, que parecia estar florescendo, decaiu no casuísmo das visões sectárias que tentam, mais do que nunca, impor um retrocesso dogmático, de forma mais visível, na política mundial e setores religiosos que, como sempre, estão lado a lado, com os  poderes dominantes.

Mas, sem maiores e melhores argumentações, períodos como esse em que estamos imersos  avisam, de forma bem clara, que mudanças estão a caminho,  bem mais significativas do que possamos imaginar.  Para aqueles que observam, com mais agudez, espírito crítico bem fundamentado e, sem receio das mudanças, épocas como essas sugerem atos que estejam firmemente enraizados no presente, no agora, cujas motivações  sejam praticamente o oposto, das atuais.

Um pensamento do grande Albert Einstein, esclarece melhor, o acima:  Os problemas significativos que enfrentamos não poderão ser resolvidos no mesmo nível de pensamento em que estávamos, quando os criamos.” (negritos da autora desta)

Portanto, avançar conscientemente e nunca retroceder ou estagnar, são atitudes a serem tomadas,  em momentos de crise, buscando alternativas de resolução dos problemas, que são muitos e, diversificados.

Assim pensando, envio aos srs. uma solicitação, em princípio,  para ser pensada com seriedade e  não ser descartada, com irônicos sorrisos.

Deputados e Senadores, por favor,  façam, neste momento, um PACTO PELO BRASIL!
Esse pacto teria,  como fundamento maior,  deixar de lado ─ digamos pelo período de um ano ─ as motivações partidárias e as pessoais, de cunho político, com o intuito maior de fortalecer as instituições de governo, as políticas adotadas,  na administração do País. Isto não pressupõe aceitar situações irregulares e sim, tratá-las sem os costumeiros estardalhaços que visam,  única e exclusivamente,  desestabilizar setores específicos. Esse pacto, pressupõe sim, atitudes menos agressivas, menos competitivas, menos belicosas, menos revanchistas,  estas, principalmente,  em relação ao governo da  Presidenta Dilma Rousseff.

Creio que exatamente neste ponto, é importante que lhes diga que não tenho partido político assim como não professo nenhuma religião instituída. Em verdade, o único partido que nunca teve e nem terá, meu voto, é aquele reconhecidamente mais ligado ao nefasto neoliberalismo extremo este, felizmente, em seu estertor.

Não é hora, em face do todo mundial, de criar situações desfavoráveis por puro e simples desejo de tumultuar, de dificultar, de denegrir atos que sejam,  significativamente, positivos.
É hora, sim, de um consenso de que estamos vivenciando um período extremamente delicado e mundialmente exposto; é hora de aquietar anseios pessoais/partidários e buscar a melhor forma de agir para preservar, o máximo possível, o Brasil,  de contaminações ─  até mesmo ideológicas ─, externas.

Creio que o acima serve também, às mídias, principalmente Revista Veja, Jornal Folha de São Paulo e Conglomerado Globo.

O Brasil, felizmente, não é um país tendencioso a conflitos, por mais que tentem,  alguns poucos, acender divisões, mais acirradas,  entre regiões, entre classes sociais. Não seremos, com certeza, uma nação litigiosa; deveremos ser,  sim, uma Nação de povo que saiba o que deve ser cobrado, com participação social dentro de um contexto de normalidade, utilizando, para isso, meios como, por exemplo,  os abaixo-assinados, hoje de mais fácil divulgação, através da Internet/ redes sociais.

Aproveitamos esta, para dar três motivos para criação de abaixo-assinados.

  Exigir que os cargos de Ministros, Secretários de Estado e Secretários Municipais, sejam preenchidos através de análise curricular de profissionais em  cada área específica e não mais, por indicação política. O mesmo deverá ser estendido ao preenchimento de cargos de direção de autarquias de maior importância. Tais  atitudes, se adotadas, permitirão  uma liberdade de escolha dos melhores profissionais, além de não causar danos políticos, em caso de  demissão evitando, inclusive, o enorme stress quando das  “batalhas” por indicação a tais postos, bem como as retalhações,  abertamente anunciadas e que visam sempre, impedir e/ou retardar votações de projetos importantes, tanto na Câmara como no Senado.  O atual modelo vigente, de indicação política, é danoso em todos os seus aspectos.

2º Reivindicar sérias análises da situação totalmente irregular da utilização de agrotóxicos, no País, buscando imediata resposta quanto a acusações, de que a  Monsanto ─ que tantos danos vem causando ─  utiliza o chamado  AGENTE LARANJA (largamente utilizado na guerra do Vietnan,), em plena Amazônia brasileira. Mesmo que o órgão competente ─ IBAMA ─ já tenha conhecimento desse fato, creio que medidas de Segurança Nacional devem ser tomadas, com a máxima urgência. E, neste caso específico, uma CPI cairia bem, pois é preciso investigar que grupo político está “facilitando” tal absurdo.  Este abaixo-assinado é extremamente relevante por se tratar de um caso de SAÚDE PÚBLICA e SAÚDE AMBIENTAL.

  Exortar o poder judiciário, em suas instâncias maiores e  específicas, a dar maior credibilidade de seus julgamentos, para a opinião pública, em casos de corrupção, o que nos parece não estar ocorrendo.

Pode parecer estranho a inclusão do exposto acima, no contexto desta; entretanto, não o é,  tendo em vista procurarmos dar a maior visibilidade possível, a esta carta, através de meios disponíveis.

Confesso aos srs.,  minha grande vontade de ter lido esta carta, no plenário das duas casas; a razão é uma só ─ as palavras escritas por uma pessoa, ao expressar seus sentimentos, só ganham a verdadeira dimensão, de expressão, se pronunciadas por essa mesma pessoa; ao ouvir, fica perfeitamente clara a intenção maior, fracamente exposta pelas palavras impressas em papel.

Afirmo, antes de encerrar esta, que o  todo exposto acima,  é uma tentativa de oferecer um caminho mais favorável, mental e espiritualmente falando, de apoio a esta grande e maravilhosa nação, preparando assim, terreno para a Nova Era que está por chegar, queiram ou não, admitir, os mais empedernidos,  humanos.

Finalizando, gostaria de informar que a  pouca formalidade, na redação desta, deve-se ao fato de considerá-los iguais a nós, povo brasileiro e eleitor,  que lhes outorgou o direito de estar onde estão;portanto não são, os srs.,  diferenciados, não cabendo, neste caso específico,  nada além do que o merecido por qualquer cidadão brasileiro. O cargo que os srs. hoje desfrutam,  é puramente circunstancial; em épocas futuras, os srs. serão julgados pelos frutos de seus atos, em seus períodos legislativos específicos, enquanto o povo será julgado, por sua alienação ou por sua participação, nos destinos do País.

Maria do Rocio Macedo Moraes

Obs.: foram omitidas, neste,  informações pessoais, do final da carta.

Maria ─ Estrela Lunar Amarela

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

CARTA DO CACIQUE SEATTLE

                                             13/08/2011

Apesar de sabermos que uma ampla maioria já conhece a famosa carta, título deste post, mesmo assim, consideramos oportuno trazê-la ao blog.

Na realidade, essa carta passou a existir em função de um discurso feito pelo cacique Seattle, quando, em 1855 o então presidente dos Estados Unidos ─ Francis Pierce, deu voz  à  intenção de comprar o território ocupado pelos índios Suquamish. Esse discurso foi presenciado por um médico ─ Henry Smith, que fez anotações e  publicou, em seguida. A versão atual e mais conhecida, deve-se a um professor,  de nome Perry, que manteve, tal qual a anterior,  a essência das palavras do cacique Seattle.

Segundo informações de alguns artigos publicados, o cacique Seattle, aceitou vender seu território por ter, absoluta certeza, que ao agir dessa forma, estaria preservando seu povo da eliminação pelo homem branco. Cremos que ele estava coberto de razão e sabedoria, tanto em seu discurso quanto em sua decisão.

Abaixo, a Carta, na íntegra, tal qual é conhecida.

"Como podeis comprar ou vender o céu, a tepidez do chão? A idéia não tem sentido para nós. 

Se não possuímos o frescor do ar ou o brilho da água, como podeis querer comprá-los? Qualquer parte desta terra é sagrada para meu povo. Qualquer folha de pinheiro, qualquer praia, a neblina dos bosques sombrios, o brilhante e zumbidor inseto, tudo é sagrado na memória e na experiência de meu povo. A seiva que percorre o interior das árvores leva em si as memórias do homem vermelho. 

Os mortos do homem branco esquecem a terra de seu nascimento, quando vão pervagar entre as estrelas. Nossos mortos jamais esquecem esta terra maravilhosa, pois ela é a mãe do homem vermelho. Somos parte da terra e ela é parte de nós. As flores perfumadas são nossas irmãs, os gamos, os cavalos a majestosa águia, todos nossos irmãos. Os picos rochosos, a fragrância dos bosques, a energia vital do pônei e do homem, tudo pertence a uma só família. 

Assim, quando o grande chefe em Washington manda dizer que deseja comprar nossas terras, ele está pedindo muito de nós. O grande Chefe manda dizer que nos reservará um sítio onde possamos viver confortavelmente por nós mesmos. Ele será nosso pai e nós seremos seus filhos. Se é assim, vamos considerar a sua proposta sobre a compra de nossa terra. Mas tal compra não será fácil, já que esta terra é sagrada para nós. 

A límpida água que percorre os regatos e rios não é apenas água, mas o sangue de nossos ancestrais. Se vos vendermos a terra, tereis de lembrar a nossos filhos que ela é sagrada, e que qualquer reflexo espectral sobre a superfície dos lagos evoca eventos e fases da vida do meu povo. O marulhar das águas é a voz dos nossos ancestrais. 


Os rios são nossos irmãos, eles nos saciam a sede. Levam as nossas canoas e alimentam nossas crianças. Se vendermos nossa terra a vós, deveis vos lembrar e ensinar a nossas crianças que os rios são nossos irmãos, vossos irmãos também, e deveis a partir de então dispensar aos rios a mesma espécie de afeição que dispensais a um irmão. 

Nós mesmos sabemos que o homem branco não entende nosso modo de ser. Para ele um pedaço de terra não se distingue de outro qualquer, pois é um estranho que vem de noite e rouba da terra tudo de que precisa. A terra não é sua irmã, mas sua inimiga, depois que a submete a si, que a conquista, ele vai embora, à procura de outro lugar. Deixa atrás de si a sepultura de seus pais e não se importa. A cova de seus pais é a herança de seus filhos, ele os esquece. Trata a sua mãe, a terra, e seus irmãos, o céu como coisas a serem comprados ou roubados, como se fossem peles de carneiro ou brilhantes contas sem valor. Seu apetite vai exaurir a terra, deixando atrás de si só desertos. Isso eu não compreendo. Nosso modo de ser é completamente diferente do vosso. A visão de vossas cidades faz doer aos olhos do homem vermelho. 

Talvez seja porque o homem vermelho é um selvagem e como tal, nada possa compreender. 

Nas cidades do homem branco não há um só lugar onde haja silêncio, paz. Um só lugar onde ouvir o farfalhar das folhas na primavera, o zunir das asas de um inseto. Talvez seja porque sou um selvagem e não possa compreender. 

O barulho serve apenas para insultar os ouvidos. E que vida é essa onde o homem não pode ouvir o pio solitário da coruja ou o coaxar das rãs à margem dos charcos à noite? O índio prefere o suave sussurrar do vento esfrolando a superfície das águas do lago, ou a fragrância da brisa, purificada pela chuva do meio-dia ou aromatizada pelo perfume dos pinhos. 

O ar é precioso para o homem vermelho, pois dele todos se alimentam. Os animais, as árvores, o homem, todos respiram o mesmo ar. O homem branco parece não se importar com o ar que respira. Como um cadáver em decomposição, ele é insensível ao mau cheiro. Mas se vos vendermos nossa terra, deveis vos lembrar que o ar é precioso para nós, que o ar insufla seu espírito em todas as coisas que dele vivem. O ar que vossos avós inspiraram ao primeiro vagido foi o mesmo que lhes recebeu o último suspiro. 

Se vendermos nossa terra a vós, deveis conservá-la à parte, como sagrada, como um lugar onde mesmo um homem branco possa ir sorver a brisa aromatizada pelas flores dos bosques. 

Assim consideraremos vossa proposta de comprar nossa terra. Se nos decidirmos a aceitá-la, farei uma condição: O homem branco terá que tratar os animais desta terra como se fossem seus irmãos. 

Sou um selvagem e não compreendo de outro modo. Tenho visto milhares de búfalos a apodrecerem nas pradarias, deixados pelo homem branco que neles atira de um trem em movimento. 

Sou um selvagem e não compreendo como o fumegante cavalo de ferro possa ser mais importante que o búfalo, que nós caçamos apenas para nos mantermos vivos. 

Que será dos homens sem os animais? Se todos os animais desaparecem, o homem morreria de solidão espiritual. Porque tudo isso pode cada vez mais afetar os homens. Tudo está encaminhado. 

Deveis ensinar a vossos filhos que o chão onde pisam simboliza a as cinzas de nossos ancestrais. Para que eles respeitem a terra, ensinai a eles que ela é rica pela vida dos seres de todas as espécies. Ensinai a eles o que ensinamos aos nossos: Que a terra é a nossa mãe. Quando o homem cospe sobre a terra, está cuspindo sobre si mesmo. De uma coisa nós temos certeza: A terra não pertence ao homem branco; O homem branco é que pertence à terra. Disso nós temos certeza. Todas as coisas estão relacionadas como o sangue que une uma família. Tudo está associado. O que fere a terra fere também aos filhos da terra. 

O homem não tece a teia da vida: É antes um dos seus fios. O que quer que faça a essa teia, faz a si próprio. 

Mesmo o homem branco, a quem Deus acompanha e com quem conversa como um amigo, não pode fugir a esse destino comum. Talvez, apesar de tudo, sejamos todos irmãos. 

Nós o veremos. De uma coisa sabemos, é que talvez o homem branco venha a descobrir um dia: Nosso Deus é o mesmo deus. 

Podeis pensar hoje que somente vós o possuis, como desejais possuir a terra, mas não podeis. Ele é o Deus do homem e sua compaixão é igual tanto para o homem branco, quanto para o homem vermelho. 

Esta terra é querida dele, e ofender a terra é insultar o seu criador. Os brancos também passarão talvez mais cedo do que todas as outras tribos. Contaminai a vossa cama, e vos sufocareis numa noite no meio de vossos próprios excrementos. 

Mas no nosso parecer, brilhareis alto, iluminado pela força do Deus que vos trouxe a esta terra e por algum favor especial vos outorgou domínio sobre ela e sobre o homem vermelho. Este destino é um mistério para nós, pois não compreendemos como será no dia em que o último búfalo for dizimado, os cavalos selvagens domesticados, os secretos recantos das florestas invadidos pelo odor do suor de muitos homens e a visão das brilhantes colinas bloqueada por fios falantes. 

Onde está o matagal? Desapareceu. Onde está a águia? Desapareceu. O fim do viver e o início do sobreviver."




Colaboração:  Maria ─ Estrela Lunar Amarela

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

PALAVRAS SENSATAS, EM PERÍODO DE GRANDE ─ INSENSATEZ


05/08/2011

No site

encontramos o artigo abaixo, do grande Leonardo Boff. Tomamos a liberdade de replicá-lo, neste post,  por considerá-lo extremamente pertinente e pelas colocações precisas, humanas e verdadeiras desse grande escritor, ativista social e homem de bem.
Eis o artigo, que faz parte da seção – Debate Aberto – do site referenciado.

Face à crise: quatro princípios e quatro virtudes
Meu sentimento do mundo me diz que quatro princípios e quatro virtudes serão capazes de garantir um futuro bom para a Terra e à vida. Aqui apenas os enuncio sem poder aprofundá-los, coisa que fiz em várias publicações nos últimos anos.
Leonardo Boff
A frase de Einstein goza de plena atualidade: “o pensamento que criou a crise não pode ser o mesmo que vai superá-la”. É tarde demais para fazer só reformas. Estas não mudam o pensamento. Precisamos partir de outro, fundado em princípios e valores que possam sustentar um novo ensaio civilizatório. Ou então temos que aceitar um caminho que nos leva a um precipício. Os dinossauros já o percorreram.
Meu sentimento do mundo me diz que quatro princípios e quatro virtudes serão capazes de garantir um futuro bom para a Terra e à vida. Aqui apenas os enuncio sem poder aprofundá-los, coisa que fiz em várias publicações nos últimos anos.
O primeiro é o cuidado. É uma relação de não agressão e de amor à Terra e a qualquer outro ser. O cuidado se opõe à dominação que caracterizou o velho paradigma. O cuidado regenera as feridas passadas e evita as futuras. Ele retarda a força irrefreável da entropia e permite que tudo possa viver e perdurar mais. Para os orientais o equivalente ao cuidado é a compaixão; por ela nunca se deixa o outro que sofre abandonado, mas se caminha, se solidariza e se alegra com ele.
O segundo é o respeito. Cada ser possui um valor intrínseco, independetemente de seu uso humano. Expressa alguma potencialidade do universo, tem algo a nos revelar e merece exisitir e viver. O respeito reconhece e acolhe o outro como outro e se propõe a conviver pacificamente com ele. Ético é respeitar ilimitadamene tudo o que existe e vive.
O terceiro é a responsabilidade universal. Por ela, o ser humano e a sociedade se dão conta das consequências benéficas ou funestas de suas ações. Ambos precisam cuidar da qualidade das relações com os outros e com a natureza para que não seja hostil mas amigável à vida. Com os meios de destruição já construidos, a humanidade pode, por falta de responsabilidade, se autoeliminar e danificar a biosfera.
O quarto princípio é a cooperação incondicional. A lei universal da evolução não é a competição com a vitória do mais forte mas a interdependência de todos com todos. Todos cooperam entre si para coevoluir e para assegurar a biodiversidade. Foi pela cooperação de uns com os outros que nossos ancestrais se tornaram humanos. O mercado globalizado se rege pela mais rígida competição, sem espaço para a cooperação. Por isso, campeiam o individualismo e o egoismo que subjazem à crise atual e que impediram até agora qualquer consenso possível face às mudanças climáticas.
Os quatro princípios devem vir acolitados por quatro virtudes, imprescindíveis para a consolidação da nova ordem.
A primeira é a hospitalidade, virtude primacial, segundo Kant, para a república mundial. Todos tem o direito de serem acolhidos o que correspode ao dever de acolher os outros. Esta virtude será fundamental face ao fluxo dos povos e aos milhões de refugiados climáticos que surgirão nos próximos anos. Não deve haver, como há, extra-comunitários.
A segunda é a convivência com os diferentes. A globalização do experimento homem não anula as diferenças culturais com as quais devemos aprender a conviver, a trocar, a nos complementar e a nos enriquecer com os intercâmbios mútuos.
A terceira é a tolerância. Nem todos os valores e costumes culturais são convergentes e de fácil aceitação. Dai impõe-se a tolerância ativa de reconhecer o direito do outro de existir como diferente e garantir-lhe sua plena expressão.
A quarta é a comensalidade. Todos os seres humanos devem ter acesso solidário e suficiente aos meios de vida e à seguridade alimentar. Devem poder sentir-se membros da mesma família que comem e bebem juntos. Mais que a nutrição necessária, trata-se de um rito de confraternização.
Todos os esforços serão em vão se a Rio+20 de 2012 se limitar à discussão apenas de medidas práticas para mitigar o aquecimento global, sem discutir outros princípios e valores que podem gerar um consenso mínimo entre todos e assim conferir sustentabilidade à nossa civilização. Caso contrário, a crise continuará sua corrosão até se transformar num tragédia. Temos meios e ciência para isso. Só nos faltam vontade e amor à vida, à nossa, e a de nossos filhos e netos. Que o Espírito que preside à história, não nos falte.

Colaboração de Maria ─ Estrela Lunar Amarela