domingo, 25 de setembro de 2011

PARSHVA E OS ANIMAIS


25/09/2011

Encontramos no livro ─Bússola Espiritual, de Statish Kumar, essa bela passagem (chamada destepost),  que foi escrita para contar parteda história de Parshvanatha ─ Parshva ─ o penúltimo Thirthankara, reconhecido por historiadores.

Tirthankaras são figurasproeminentes do Jainismo, uma das religiões hindus. São seres, nascidos humanosque,  através de autoconhecimento,alcançaram libertação  ─moksha ─ do ciclode renascimento. Foram eles, então, reveladores da doutrina, ao longo de váriaseras.
O Jainismo, em sua formaatual, teve seu surgimento datado, por historiadores,  no século V a.C. e Parshva,  foi o penúltimo Tirthankara, dos 24nominados; o último foi Vardhamana, de quem mais se ouve falar, pelo nome deMahavira.

Vamos ao texto, todo emitálico.

Certa vez, Parshva, um jovem príncipe, quando chegavacom seu séquito de casamento à residência de sua noiva, viu perto dali umcercado abarrotado de animais, esperando para ser abatidos. Chocado com os dosanimais, o príncipe perguntou: “Por que esses animais estão sendo mantidos emtão cruéis condições?” Os seus ajudantes responderam: “Eles são para o banqueteda festa de casamento.”

O jovem príncipe foi dominado pela compaixão. Aochegar à sala de cerimônia de casamento, ele conversou com o pai da princesa.“Todos aqueles animais presos no cercado para serem abatidos para o banquete decasamento devem ser libertados imediata e incondicionalmente,” disse ele. “Porquê? Os animais existem para o prazer dos humanos. Os animais são nossosescravos e a nossa carne. Como pode haver um banquete sem a carne dosanimais?”, perguntou o pai.

O príncipe Parshva não conseguia acreditar no queacabara de ouvir. Ele disse, alterando a voz: Os animais têm alma, têmconsciência, eles são nossos parentes, são nossos ancestrais. Eles desejam viver tanto quanto nósdesejamos; eles têm sentimentos e emoções. Eles têm amor e paixão; temem amorte tanto quanto nós tememos. O instinto de vida deles não é menor que onosso. O direito deles de viver é tão fundamental quanto o nosso. Não possocasar, não posso amar e não posso fruir a vida enquanto os animais sãoescravizados e mortos.” Sem mais discussão, ele desfez os planos para seucasamento. Ele rejeitou inclusive a vida confortável de um príncipe e,respondendo a um chamado interior, saiu pelo mundo para despertar as massas adormecidas que haviam sido condicionadas a mataranimais.

Segundo conta a história, o reino animal acolheu bemParshva como profeta dos fracos e da natureza. Eles se reuniram em torno dele,em resposta aos seus apelos por bondade. Os pássaros pousaram nas árvores porperto; os peixes chegaram até a beira do lago onde Parshva meditava. Elefantes,leões, raposas, coelhos, insetos e formigas lhe prestaram tributo. Um dia, aover Parshva encharcado pela chuva pesada de monção, o rei das serpentesergueu-se sobre a cauda, criando um chapéu com sua enorme cabeça.

Milhares e milhares de pessoas nas aldeias, vilarejose cidades comoveram-se com os ensinamentos de Parshva. Elas renunciaram à carnee assumiram a tarefa de cuidar do bem-estar dos animais. (negritosnossos)


Colaboração:  Maria ─Estrela Lunar Amarela

Livros disponíveis paradownload livre.


Nenhum comentário:

Postar um comentário