sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

PENSAR O NOVO ─ Parte 2 - Post 4


27/01/2012                                

Nos 3 posts anterioresque constituem a primeira parte de ─ PENSAR O NOVO ─, tentamos analisar ascondições  mentais da humanidade, ascondições do sistema capitalista/neoliberal e as condições do próprio SistemaVida ─ Planeta Terra.

NestaParte 2, iniciada neste post, as  3considerações acima referenciadas, irão fundamentar o que se seguirá;tentaremos expor ideias de possíveis mudanças ao sistema atual e, as  dificuldades que visualizamos, em relação asalterações urgentes e necessários, ao que hoje está estabelecido.

Teremos3 tópicos, relacionados.
1º  Há condições de mudança?
2º  A possível mudança,  será natural ou imposta pela próprianatureza?
3º  As bases fundamentais, para tal mudança,existem ou ainda terão de ser implementadas?

Nestepost veremos o primeiro tópico dos acima, relacionados.

1º  Há condições de mudança?

Semprefomos e somos,  otimistas.

Acreditamos,por exemplo, na possibilidade de que a Nova Era que já está mostrando suasnovas bases ─ Era de Aquário ─ poderá, através de vários meios,  provocar um salto quântico do campomental, do animal humano. Esse saltoquântico, por si só, mudaria as tendências do animal humano refinando-as,elevando-as a um outro patamar.

Entretanto,abstendo-nos de considerações mais relevantes, sobre, o teor do que foiproposto nos condiciona a uma postura mais prática e racional, ao pensarpossíveis alterações do status quo,do sistema.
Sobum pensamento mais racional, lógico sobre a questão em foco,  o otimismo recrudesce, um pouco, por motivosmais que óbvios.

Pelaurgência imposta pela própria natureza, por exemplo, teríamos que abandonar aideia de crescimento,  hoje em vigor.

Apenaspara manutenção do sistema que “sustenta” nações, países, sociedades já incorremos,  em mais e mais devastação dos recursosnaturais; qualquer taxa de crescimento, por menor que seja,demanda devastação adicional, não suportávelpelo meio ambiente de Gaia, por muito mais tempo.

Váriaspropostas de não crescimento,  estãosendo apresentadas; todas consideradas utópicas, pelos defensores  do grande sistema.

Afalácia do desenvolvimento sustentável,ainda encanta os menos avisados; desenvolvimento sustentável foi mais um termoforjado pelo mesmo sistema que aí está, como estratégia para várias ações,  em benefício próprio, é claro!

Sistemacapitalista e desenvolvimento sustentávelsão totalmente opostos; não há como incluir, no primeiro, as benesses dosegundo, benesses essas que agora, talvez não tenham força suficiente para resgatara imensa dívida contraída pelo sistema e, por nós,  com Gaia.

Muitosse predispõem a analisar  se as coisasque emolduraram o quadro atual ─ econômico, social, ecológico, político ─poderiam ter sido diferentes; essa digressão, ao que se apresenta, tem seu lado positivo justamente para enfocar,  que os meios para se tentar uma reversão, nãopoderão ser os mesmo que ocasionaram a crítica e,  praticamente insustentável ─  situação do mundo, hoje.

Einsteinasseverava que não se pode resolver um problema com os mesmos elementos com quefoi criado.

Criamosum imenso problema através de inúmeros elementos; não serão eles que poderãoajudar a solucioná-lo; algo diferente precisa ser pensado e tentado. Mas, oquê?

Agoramesmo o sistema está apelando, não para o consumismo, já demasiadamenteconhecido e praticado ─ está apelando para um hiperconsumismo, como forma de driblar efeitos da crise,  por ele mesmo, fomentada. Os sistemas midiáticos já estão disponíveis paraincentivá-lo, ao máximo.

Talvez,não esteja só no sistema, propriamente dito, o grande impedimento de mudanças;cremos que o animal humano, se não conseguir analisar  o atual cenário de degradaçãogeneralizada,  não terá forçassuficientes para intentar grandes mudanças, urgentemente necessárias,justamente pela razão de que essas mudanças, automaticamente irão alterar, emparte, o comodismo, o egoísmo, o individualismo tão próprios, do animal humano.

Poressa razão, consideramos que mudanças são possíveis, mesmo que extremamentedifíceis, desde que mude,  primeiro, o pensamento humano; talvez este seja o grande, o maior impedimento.Entretanto, como pensamos de forma holística ─ e, com razões mais quesuficientes, para tal ─, consideramos a possibilidade real de uma evoluçãomental, do animal humano, na nova Era de Aquário. Só vemos um probleminha ─essa mudança, essa evolução mental teria que acontecer o mais rápido, possível;Gaia não vai esperar 20, 50, 100 anos!

Emisso ocorrendo ─ o despertar do animalhumano, em tempo hábil, os passos seguintes para mudança do status quo do sistema ─ que se tornouimperialista ─,  serão dados com maisnitidez, com mais coragem, com mais verdade e ética; sem inclusão e vivência, desses valores, qualquer movimento levará apenas a uma mudança de “roupagem”,coisa que o sistema sabe muito bem,  comofazer.

Deixamos,no final deste, um pensamento de Bertold Brecht (1898/1956),  incrivelmente pertinente às questões atuais. Encontramos, por acaso, esse pensamentoem um artigo do blog ─ Náufrago da Utopia.

“Desconfiaido mais trivial, na aparência singelo.

Examinai,sobretudo, o que parece habitual.

Suplicamosexpressamente:  não aceiteis o que é dehábito como coisa natural, pois em tempode desordem sangrenta, de confusãoorganizada, de arbitrariedade consciente,de humanidade desumanizada, nadadeve parecer natural, nada deve parecer impossível de mudar” (negritos nossos)


Maria─ Estrela Lunar Amarela
─qualquer erro detectado, por favor, nos informe.

Livrosdisponibilizados para download:
EgoCiência e Serciência─ Ensaios
EgoCiência eSerCiência ─ Em busca de conexões quânticas

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

PENSAR O NOVO - Post 3


19/01/1012

Post 3                                                                                                                                               

Nos 1º  post,  procuramos analisar a Condição Mental da Humanidade, hoje. No 2º,   a Condição do Próprio Sistema Capitalista/Neoliberal.

Neste, veremos a condição do  Sistema Vida do Planeta Terra.

3ª  Condição do próprio Sistema Vida do Planeta Terra

Esta é uma questão extremamente séria, a ser considerada, mesmo sendo isto feito, não de forma técnica e sim,  sob a ótica de quem, em seus quase 68 anos pode dimensionar até mesmo, com precisão, as alterações ambientais precocemente impostas, ao planeta.

Incrível se pensar que um planeta, com milhões de anos de existência, em aproximadamente 300 anos esteja praticamente “sucateado”, “nocauteado”, de forma mais acelerada e brutal, nos últimos 60 anos.

Contamos 300 anos, pois o grande início de tudo,  foi a Revolução Industrial; até sua implantação, a manufatura era praticamente local e artesanal. Uma única pessoa, se fosse o caso, abrangeria todas as etapas produtivas ─ obtenção do insumo, produção do bem exercendo, ainda, a etapa de comercialização ─  escambo ou venda, do mesmo.

Exaltamos os últimos 60 anos, como decisivos na quase total devastação do planeta, justamente pela implantação  nociva da globalização do capitalismo neoliberal.

O consumo diversificou-se em consumismo pernicioso, extremamente favorável ao sistema e a maximização do lucro, mas desastroso  ao nosso habitat comum  ─ GAIA.

Quando Adam Smith preconizou que o individualismo era útil para a sociedade,  pensava que a partir do momento que a pessoa procurasse seu próprio benefício poderia, mediante o êxito de seu empreendimento, beneficiar outros ─ que estariam atrelados a esse empreendimento, por laços trabalhistas ─  e a própria sociedade.

Entretanto, a ideia de individualismo, desenvolvida a partir de centenas de estudos sobre as predisposições do animal humano,  dinamizada pela máxima produtividade  de bens de consumo e divulgada/incentivada  ─ algumas vezes de forma quase subliminar ─ pelas mídias do próprio  sistema, foi o xeque mate para os recursos naturais, do planeta. Apesar desses recursos serem imensos, eles não são ilimitados.

 Muitos alertaram, para isso; tudo em vão.

Quando o dano se mostrou aos expertes, das grandes corporações que dominam o sistema, buscaram uma inversão mais agressiva, pelo lucro; surgiu a financeirização da economia, além da corrida por apropriações de grandes extensões de terra produtiva ─ caso mais específico, o que está acontecendo, na África ─ tendo em vista o que se avizinha,  em relação ao futuro alimentar, da humanidade, quando pretendem maximizar o lucro, ainda mais.

A Monsanto,  trata de fazer a sua parte, em relação a isso;  infelizmente.

As commodities agrícolas, já foram devidamente insufladas, em seus valores.

Os 7 bilhões de habitantes do planeta Terra, não têm ideia do drama que se desenrola, de forma acelerada, em nosso meio ambiente.

Alguns avisaram que a proliferação desmedida dos animais humanos poderia, em futuro breve, ocasionar sérios problemas; não tenho certeza se alguns desses visionários,  pagaram  com a própria vida em fogueiras  por terem, de certa forma, ousado ir contra o “Crescei e Multiplicai-vos”, imposto por religião instituída e alienante.

Entretanto, segundo estudos recentes o problema, em princípio, não estaria nos 7 bilhões de habitantes e sim, no absurdo volume de oferta, para poucos e, desvio de vários produtos agrícolas de sua legítima função ─ alimentar o animal humano.

A maior dificuldade que vemos,  na questão de difusão de informações das condições do Sistema Vida ─ Planeta Terra, é a quase total falta de conexão entre os animais humanos e,  Gaia.

A grande maioria de nós, animais humanos, ainda não percebeu ─ nem superficialmente ─ a importância vital, desse sistema; sua deterioração vertiginosa, imposta pelo sistema e alimentada por quase todos nos atinge, em cheio.

Conversando com um amigo ─  Fernando, fez ele menção ao fato de que as gerações mais novas, nascidas e criadas em grandes centros urbanos,de qualquer parte, do mundo,  não conseguem perceber, exatamente, o que seja a Natureza, em seu contexto maior. Não é culpa deles, diz, mas sim do desconhecimento prático do que seja a relação pessoa/natureza, vida/natureza. Fernando tem razão.  As pessoas mais jovens e mesmo os que já transitam na faixa dos 40 anos,  mas que nasceram, cresceram e vivem,  em meio ao concreto ─ prédios, ruas, carros, mercados, shoppings,  etc. , estão muito distantes de qualquer relação mais íntima, com o natural.

Some-se a isso, a total ausência de conceitos ecológicos mais profundos ausentes, até mesmo,  nos próprios currículos escolares das décadas passadas; isto está sendo feito apenas recentemente e, pelo que nos consta, já está mostrando seus frutos, nos mais pequeninos.

Toda a loucura, a demência do Sistema, contaminou o animal humano retirando, da grande maioria, qualquer condição de análise mais acurada, sobre a crítica, extremamente crítica situação do Sistema Vida ─ Planeta Terra.

Em 2011, postamos uma série de artigos sobre ─ Sistema Vida  Planeta Terra, disponíveis no arquivo deste blog.

Traremos para este, alguns pontos, pertinentes. Virão em itálico.

                                       PRODUÇÃO ─ CONSUMO ─ TAXA DE CRESCIMENTO (*)
Tripé do holocausto ecológico e humano 
nov/2009

Costumo conversar com jovens, faixa etária de 15 a 23 anos, sobre a problemática mundial ─ planetária ─ de esgotamento de recursos naturais, níveis de poluição ambiental e outros, correlatos. Nessas ocasiões, peço a eles que façam um pequeno exercício,  observando o local onde estão ─ casa, apto., faculdade, escritório etc., observando que tudo que compõe esses lugares ─ inclusive as próprias construções ─ tudo, absolutamente tudo saiu da Natureza do Planeta Terra. Não veio de Marte, de Júpiter ou de qualquer outro local do Espaço Cósmico; saiu tudo do Planeta Terra.

Peço a eles, ainda, que imaginem todas as construções ao redor; todas as construções daquele bairro, daquela cidade e alcem voo, imaginando todas as construções do Estado onde moram, do País, do Continente, de todo Planeta Terra, enfim. Desde as coisas mais visíveis até uma simples agulha, um simples palito de fósforo, tudo, absolutamente TUDO, saiu e sai da Natureza do Planeta Terra, inclusive o que  eles estão vestindo,calçando, usando como adorno; seus celulares, o sabonete com que tomaram banho antes de sair de casa, perfumes nada, absolutamente nada deixou de  “lesar” a natureza quando seus materiais constituintes foram extraídos, causando danos e desgastes inclusive durante etapa de beneficiamento/produção, pelo consumo necessário de energia do sistema produtivo.

Costumo começar os papos com mais ou menos o que consta acima, porque é  fácil perceber que os jovens, por estarem já “embutidos” nesse tipo de cenário, não conseguem perceber a razão em se falar tanto nas precárias condições do Planeta, como um todo.  É difícil para eles processar, com exatidão, o que isso tudo significa; eles vivenciam esta época, esta realidade que lhes foi brutalmente imposta pelos irresponsáveis que hoje, na condição de 3ª idade, se arrogam ─ a grande maioria deles ─, de terem participado dessas mudanças radicais, em termos de evolução da sociedade humana. Realmente tivemos um avanço incrível, mais especificamente após 2ª guerra  mundial ─ por essa razão enfoco os da 3ª idade ─; foi algo vertiginosamente grande e rápido,  impensável até para os mais chegados  ao futurismo. O estranho de tudo é que ninguém, com poder de decisão, pensou nas gerações que viriam; aliás, hoje, ainda hoje, os próprios responsáveis diretos pelas crianças que serão os adultos de amanhã, parecem estar estranhamente fora de foco, fora da realidade do que é possível vir, não para o próximo século, e sim, para este século e antes mesmo da metade dele.  A “ficha” ainda não caiu para a grande maioria das pessoas; continuam a viver como se suas “caixinhas de vida” não fizessem parte de toda a Natureza, de todo Planeta, do Universo.

A “ficha” ainda não caiu, realmente.

Por um lado, alguns consideram isso, favorável; prá que saber se não há previsão de conserto?

Pensando assim, descartam totalmente qualquer possibilidade de reversão do processo de deterioração.  Para que uma possível reversão ocorra, faz-se necessário conhecer em que ponto as coisas estão; a grande maioria, não quer fazê-lo.

Vamos trazer mais alguns parágrafos, desta vez do 5º e último post da série Sistema Vida ─ Planeta Terra.
“...
Esses dois livros ─ Ponto de Mutação e Gaia ─ Cura para um planeta doente,  têm os principais fundamentos para um salto de consciência, do animal humano.

Após quase 30 anos do lançamento (em 1982),  do Ponto de Mutação de Capra, estamos assistindo o quase colapso do sistema econômico/financeiro, mundial; estamos assistindo mais ─ os 99% dos que sustentam a ganância e insensatez de apenas 1% dos “comandantes” do sistema, estão sendo representados pelas praças e ruas, dos grandes centros de vários países, do mundo, por Indignados que clamam por uma mudança drástica, no status quo.

Após vinte anos do lançamento de Gaia ─ Cura para um planeta doente (1991) de Lovelock, centenas de declarações científicas comprovam o nível altamente crítico, da natureza do Planeta Terra; os alertas só não são divulgados, de forma consistente,  pelo poderoso sistema mídia,  porque sua dependência do sistema econômico/financeiro, não o permite.

Se, como humanidade, tivéssemos tido uma visão mais acurada, de um futuro bem próximo ─ este que estamos vivenciando ─ talvez tivesse havido tempo para as grandes e necessárias,  mudanças.

Tudo se afunilou, neste presente.

Terminando, reiteramos que o atual sistema capitalista, vigente,  é totalmente incompatível com a possível continuidade da espécie humana, assim como o é,  a passividade dos animais humanos  perante seu próprio destino, como espécie.

(*)  Extraído de um longo artigo escrito em 2009, do qual tiramos cópias, enviamos a vários pontos, além de espalhar cópias, em pontos específicos, de Curitiba. Nele,  pedíamos que se fosse considerado válido, nos ajudassem tirando cópias e distribuindo.  Em sequência, tornou-se o 1º post da série ─ Sistema Vida ─ Planeta Terra. 

Maria ─ Estrela Lunar Amarela
qualquer erro, por favor, nos informe.

Livros disponibilizados para download
─ EgoCiência e SerCiência ─ Ensaios
─ EgoCiência e SerCiência ─ Em busca de conexões quânticas


sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

PENSAR O NOVO - Post 2


13/01/2012

POST 2
No post 1, procuramos verificar qual a condição mental da Humanidade, hoje primeira parte das questões fundamentais/ preliminares, a serem vistas,  para se tentar  Pensar o Novo.

Neste, veremos a segunda condição, referente ao próprio sistema capitalista.


2º  Condição do próprio sistema capitalista, hoje.

Não possuindo fundamentação técnica para abordar o acima,  dentro de contexto teórico, nos resta observá-lo/analisá-lo com a visão voltada para as consequências sociais, de sua aplicação.

As características principais, desse sistema, são determinadas por:

propriedade privada dos meios de produção;

criação de produtos ou serviços, disponibilizados pelo mercado, com fins lucrativos;

critérios próprios de preços e salários.

Aparentemente, seria um sistema o mais próximo do ideal, para organizar a relação produção-consumo mesmo descartando, como o fez, a intervenção do Estado.

É uma questão lógica, racional que produtos e serviços sejam produzidos; é uma questão lógica, racional que haja um espaço onde esses produtos sejam comercializados  MERCADO, entendido como um espaço virtual configurado por n entidades jurídicas que intermedeiam produção e consumo, impondo um preço a cada item produzido/oferecido.

Essa seria a panorâmica primária e útil, do sistema.

Entretanto, face àquelas análises feitas na 1ª  parte, sobre as tendências do animal humano, o sistema capitalista ampliou, de forma absurda, seu leque de ofertas com o intuito de satisfazer o “bem-estar”, do animal humano.

Para que a demanda fosse aumentada, ao máximo,  e pudesse fluir livremente, era preciso abrir fronteiras, buscar novos mercados, impor a eles seus critérios.

Surgiram, quase que concomitantemente, o Neoliberalismo e a Globalização ambos, em meu entender, ideologias  fomentadas com o intuito único de imposição de um novo modelo de gestão política/econômica, maximização absurda do consumo e do lucro.

Esse novo modelo de gestão política/econômica previa e impunha um afastamento dos governos, de qualquer envolvimento com as questões sociais, de seus países; previa e impunha, mediante intervenções de instâncias como o FMI e Banco Mundial,  por exemplo, a necessidade de privatização de empresas públicas que, segundo insinuavam e proclamavam via mídias ─,   eram desfavoráveis a um crescimento econômico saudável.

Os governos, então, coagidos por problemas internos de seus países ou por serem ideologicamente cooptados  mergulharam, profundamente, no que se passou a determinar de lições de casa.

Entre essas lições estava, principalmente, aquela que “impunha” privatização.

O Brasil, quando governado pelo neoliberal Fernando Henrique Cardoso assistiu, estupefato,  um dos mais sérios casos de privatização Vale do Rio Doce. Tão incrível foi, que  Noam Chomsky, dedicou grande parágrafo a respeito, em seu livro Os Caminhos do Poder, de 1996. Vejamos parte do parágrafo:

“... Para que se cite apenas um caso da maior importância, o governo brasileiro decidiu, passando por cima de uma considerável vontade popular, privatizar a Companhia Vale do Rio Doce, que controla imensas fontes de urânio, ferro e outros minerais, além de instalações industriais e transportes de alta tecnologia.” (negrito da autora deste)

Um importante livro está disponível desde novembro de 2011 A Privataria Tucana, do repórter Amaury Ribeiro Jr.. Nele,  estão esmiuçadas artimanhas que permaneceram  sepultadas por muitos anos. Vale muito a pena lê-lo, no mínimo,  para verificar que Noam Chomsky estava coberto de razão ao falar da nefasta privatização da Vale do Rio Doce e, de quanto a mídia trabalhou para “fazer a cabeça”, de parte da sociedade brasileira, de que era necessário privatizar, para o desenvolvimento do País.

Outras lições de casa também foram rigorosamente cumpridas; desmonte bélico das forças armadas; achatamento salarial; total descaso com o social mais carente, privatização do ensino isto tudo,  sempre acompanhado das melhores e mais favoráveis críticas do setor midiático, como não poderia deixar de ser.

Em 1982, Fritjof Capra lançou um dos livros mais importantes sobre a estrutura do sistema Ponto de Mutação.

Nesse livro, Capra analisa, de forma absolutamente clara e objetiva, a situação, na época, dos desvarios impetrados pelo sistema, a diversos segmentos.

Quase trinta anos depois, as coisas estão como Fritjof Capra diagnosticou; a única diferença é um incremento de absurdos, de descontroles, acentuados ao extremo a partir do impulso descontrolado, do consumismo e, da definitiva financeirização da economia e da política.

Em 2008 tivemos a primeira crise, detonada pelo próprio sistema; em 2011, o mundo econômico/financeiro, parecia estar girando numa órbita de colisão, com ele mesmo.

Incertezas na zona do euro.

A nação,  que sempre se pensou hegemônica em várias facetas do poder, sofre profundos golpes em suas própria bases , principalmente a econômica/financeira, solapando empregos, aposentadorias e o sistema de saúde, principalmente. Em contrapartida, sua ferocidade desencadeia, ano após ano, mês após mês investidas contra regimes   até então por eles considerados favoráveis , com o único intuito de domínio, vendido ao mundo em imagens de defesa dos direitos humanos, de promoção da democracia. As chamadas Intervenções Humanitárias tornaram-se alvarás de absurdas ingerências em países, em culturas e, em vidas humanas.

As grandes corporações que se concentram nos Estados Unidos e Europa, atuantes em forma de rede, e que dominam o restante do mundo, forçaram a financeirização da economia; o que lhes interessa é única e exclusivamente expressivos rendimentos do dinheiro que escoa para inúmeras aplicações financeiras, em detrimento da produção, em detrimento de tudo e de todos.

Não há consenso diferente, nas estruturas de poder, em como se chegar a vitória sobre as crises, criadas  por essas próprias estruturas; os pensamentos são os mesmos buscar soluções usando velhas formas, velhos conceitos, velhos paradigmas, normalmente impostos pelas mesmas instituições dominantes FMI, Banco Mundial, etc. Nesse “jogo” de cartas marcadas, não há curingas entre as cartas dos perdedores   que lhes permita,  mudar o jogo. Como, nesse caso, a “banca” sempre ganha nunca perde ,  sairão vencedores os banqueiros, os financistas?  Ou será que o mundo se surpreenderá com um revés, inesperadamente imposto a eles, por alguma força maior?

Toda análise feita, nesses últimos meses de 2011, apontam para a  realidade falência múltipla do sistema capitalista neoliberal;  os órgãos,  desse sistema,  estão em declínio acelerado; para  reversão, de tal quadro patológico extremo, nenhum dos receituários utilizados, por décadas,  terá sucesso.

O que trará, então,  2012?

Maria Estrela Lunar Amarela
qualquer erro, por favor, nos informe.

Livros disponibilizados para download:
EgoCiência e SerCiência – Ensaios  Livro 01
EgoCiência e SerCiência Em busca de conexões quânticas Livro 02

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

PENSAR O NOVO - Post 1


13/01/2012

POST 1

Em conversas com amigos, consideramos que são muitas ─ e justificadas ─ as críticas ao sistema capitalista/neoliberal; entretanto, poucas propostas a algo novo, são apresentadas.

Não é difícil perceber a razão dessa dificuldade; a complexidade vai além, muito além do que simples palavras  podem expressar e,  a grande maioria das pessoas que poderiam propor o novo, com mais qualificação, com mais conhecimento sente-se constrangida, em fazê-lo; receia que suas propostas sejam taxadas de utópicas, pois elas precisarão ser totalmente diferentes de qualquer padrão, hoje em vigor; daí a grande possibilidade de serem taxadas de utópicas.

Ao depararmos com esse trecho do livro do grande  Eduardo Galeano ─ El Derecho Al Delirio

Vamos a clavar los ojos más allá de la infamia, para adivinar otro mundo posible: el aire estará limpio de todo veneno que no venga de los miedos humanos y de las humanas pasiones; en las calles, los automóviles serán aplastados por los perros; la gente no será manejada por el automóvil, ni será programada por la computadora, ni será comparada por el supermercado, ni será mirada por el televisor; el televisor dejará de ser el miembro más importante de la familia, y será tratado como la plancha o el lavarropas; la gente trabajará para vivir, en lugar de vivir para trabajar(...); los economistas no llamarán nivel de vida al nivel de consumo, ni llamarán calidad de vida a la cantidad de cosas; los cocineros no creerán que a las langostas les encanta que las hiervan vivas; los historiadores no creerán que a los países les encanta ser invadidos; los políticos no creerán que a los pobres les encanta comer promesas (...); la muerte y el dinero perderán sus mágicos poderes, y ni por defunción ni por fortuna se convertirá el canalla en virtuoso caballero (...); el mundo ya no estará en guerra contra los pobres, sino contra la pobreza, y la industria militar no tendrá más remedio que declararse en quiebra; la comida no será una mercancía, ni la comunicación un negocio, porque la comida y la comunicación son derechos humanos; nadie morirá de hambre, porque nadie morirá de indigestión; los niños de la calle no serán tratados como basura, porque no habrá niños de la calle (...); la educación no será el privilegio de quienes puedan pagarla; la policía no será la maldición de quienes no puedan comprarla; la justicia y la libertad, hermanas siamesas condenadas a vivir separadas, volverán a juntarse, bien pegaditas, espalda contra espalda…”.

Trecho do livro de EDUARDO GALENO ─ El Derecho AL Delirio


resolvemos tentar ─ PENSAR O NOVO, que assim o é, apenas em comparação ao que temos, atualmente.

Desse exercício, algumas ideias  foram surgindo; resolvemos juntá-las e apresentá-las, em 3 ou 4 blogs, sequenciais.

Neste, vamos esclarecer como será a abordagem, apresentando ainda, a 1ª  das questões fundamentais, vistas abaixo.

Pensar o novo,  impõe algumas questões fundamentais, preliminares:

1ª  ─ condição mental atual, do humano;

2ª  ─ condição do próprio sistema capitalista, hoje;

3ª ─ condição do próprio Sistema Vida, do Planeta Terra.

Completada a fase acima, analisaremos três itens relacionados a uma  possibilidade de mudança do status quo, do sistema.

1º  Há condições de mudança?

2º A possível mudança, será consenso do animal humano ou imposta pela própria Natureza?

3º As bases fundamentais, para tal mudança, existem ou ainda terão de ser implementadas?


1ª QUESTÃO ─  CONDIÇÃO MENTAL ATUAL,   DA HUMANIDADE

Os animais humanos atuantes hoje,  sofreram ─ de forma mais intensa ─ nos últimos 60 anos, uma verdadeira desestruturação mental. Vários e vários fatores foram determinantes para que esse processo acontecesse.

Entretanto, podemos computar como principal fator, o próprio Sistema Capitalista, por uma razão mais que evidente. O sistema, como um todo, fez uma varredura das inclinações, do animal humano; estudos de todas elas foram realizados, por importantes e diversificados grupos.

Provavelmente, devem ter detectado alguns pontos que seriam profundamente importantes para implantação e difusão mundial, do Sistema; entre eles, os de maior interesse devem ter sido ─ egoísmo, ganância, aceitação ─ sem  maiores questionamentos ─  do que lhes é imposto;  necessidade extrema de auto-afirmação e reconhecimento social.

Pronto.

Os nós da grande teia estavam determinados; de resto, era apenas o trabalho de ampliá-la de forma mais abrangente, possível,  incentivando a ilusória liberdade que nada mais é que escravidão, que recebeu, claro,  conotações diferenciadas  ─ produtividadecompetência, dinamismo profissional, etc.

O egoísmo levou ao consumo, passo inicial do brutal consumismo, de hoje,  pela simples razão de cada um querer ter algo apenas para si. Se antes, tínhamos um rádio, que a família compartilhava, o sistema, através de propagandas veiculadas por seus meios de comunicação, exploração, difusão estimulou o individualismo, justamente para garantir fatia maior, de mercado,  aos produtos fabricados.

A ganância, favoreceu  a ilusão de trabalho obsessivo, com o intuito de ganhar mais, para comprar mais, para “ser” mais.

A aceitação, sem maiores questionamento, veio ceifar a verve revolucionário que existia,  latente, em cada animal humano.

A necessidade de auto-afirmação,  permitiu insuflar o ego, colocando o animal humano, no pedestal que a própria religião “edificou” para ele, com a proposta de que o animal humano é merecedor de ter do bom e do melhor, disponibilizado “gentilmente” pelo mercado, esse mesmo que agora, tornou-se um ente todo-poderoso e, sem a menor preocupação com a Natureza e seres, do Planeta.

Reconhecimento social passou a ser sinônimo ─ para os que não estão tão bem posicionados, na pirâmide ─ de carro do ano, de posse dos últimos lançamentos tecnológicos, ultrapassados a cada seis meses, ou menos, através da famosa e ardilosa obsolescência provocada.

Como o animal humano, praticamente “enlouqueceu” com a parafernália disponibilizada gentilmente, para ele, outra componente poderosa, do sistema capitalista ─ a indústria farmacêutica desenvolveu, rapidamente, inúmeras drogas para evitar que a loucura patológica, se instalasse, em definitivo,  inviabilizando o consumidor, afinal, pagar pela droga cara, não basta; é preciso continuar consumindo; o sistema sobrevive a custa dessa doença ─ consumismo ─ para a qual, não pretende oferecer cura, muito pelo contrário!

A condição mental, do animal humano atual, é de quase total submissão e alienação; foi profundamente devastadora a força coercitiva, do sistema; a teia, vigorosamente tecida para aprisioná-lo, não o permite encontrar brechas falando, é claro, dos poucos que pensam em como se livrar, dela.

Um poderoso sistema midiático mundial, incumbiu-se de minar qualquer resquício de rebeldia, de insatisfação com o status quo, do sistema.

A palavra rebeldes,  hoje, embasa teorias conspiratórias para as quais, a única alternativa dos poderosos, são as “Forças de Paz”, são as chamadas Intervenções Humanitárias;  rebeldes ─ sob encomenda ─, misturam-se “homogeneamente” aos verdadeiros rebeldes, insuflando-lhes com psicologia própria do sistema, com a única finalidade de oferecer argumentações favoráveis, aos demais animais humanos sociais ─ via mídias pertencentes ao próprio sistema ─,  para  atos de invasão/dominação do país de origem, dos verdadeiros e legítimos,  insurgentes.

O intervencionismo, antes “subliminar”, agora tornou-se o mais aberto e cruel sistema de dominação.

Até os anos 70, do século/milênio passado, tínhamos como fonte de rebeldes, de revolucionários, de questionadores ─  o meio universitário. De lá para cá, um grande número de professores foram cooptados pelo sistema econômico neoliberal, passando a influenciar, de forma extremamente eficiente, os jovens estudantes podando-lhes, exemplarmente, a verve revolucionária, própria da idade.

O operariado, outro baluarte revolucionário, de outrora, tendo alcançado certas “regalias” astutamente oferecidas, pelo sistema, passou a não representar problema maior; de certa forma, também foi cooptado, pelo sistema.

Enquanto isso, o próprio sistema que identifico como  conglomerado econômico-financeiro, do mundo tendo, ainda hoje, Tio Sam  como máxima representação de seu poderio, enquanto isso, repito, o sistema seguiu em frente solapando, cada vez mais,  qualquer ideia diferente daquelas por ele “estabelecidas” e, amplamente divulgadas/insufladas pelos meios de comunicação de massa, hoje Sistema Midiático, tornando-o mais polido do que comunicação de massa, que pressupõe, grande número de pessoas sem o menor senso crítico, mental e culturalmente desarmado, amorfo.

O nome foi alterado; a essência da qualificação, não.

A grande realidade,  cremos, é que a Humanidade não tem, ainda, um corpo representativo, dela mesma; continua sendo ─ massa amorfa.

Para o sistema, a humanidade é potencialmente ─ mercado de consumo ambivalente; serve para consumir o que é produzido e posto à venda e serve para ser consumida, pelo próprio sistema, através de domínio, em vários sentidos.

No ano 2011, deste século XXI, vislumbramos o início de certa movimentação social, em diversos países, do mundo A grande maioria dos participantes,  é formada por jovens, agregados por redes sociais, que participam.

Curiosamente, um dos redutos mais marcantes de “criação” de executivos para altos escalões em conglomerados empresarias,  globais, a  ─ Universidade de Harvard ─ sofreu, em  2011,  com revoltas de estudantes  da área de Economia, pedindo grandes mudanças no modelo curricular, que vigora. Além disso, revoltaram-se contra a corrupção moral e econômica de grande parte do mundo acadêmico.

Tudo isso pode representar  o princípio de uma verdadeira revolução mental, exatamente a que necessitamos.

Em sendo assim, a luta será, em princípio, extremamente desigual. O sistema dispõe de armas poderosíssimas para tentar  aniquilar qualquer princípio de ação, contra ele, inclusive e principalmente,  o sistema midiático ─ de grandes grupos ─ por ele próprio, comandado.

Entretanto, tudo tem um princípio e um fim. Quem sabe essas aglomerações de Indignados, em praças e ruas de grandes centros urbanos, possa ser o indicativo do começo de um grande movimento mundial,  forte o suficiente,  para abalar as estruturas do imperialismo econômico/financeiro,  já enfraquecidas, por culpa da própria insensatez, dominante.

Mesmo entusiasmados com os movimentos de 2011, mesmo assim, consideramos que a condição mental da humanidade hoje, é simplesmente uma somatória de neuras, de medos, de complacências, de aceitação do que vê,  sem ver. Claro que exceções existem; entretanto, essas exceções precisariam ser regra geral  ─ a maioria deveria despertar para a imensa, dificílima, extenuante tarefa de alterar, pelo menos em parte, as regras desse jogo de cartas marcadas. O comodismo, a apatia, a ignorância dos fatos nos levará, a todos, a um beco sem saída, em pouco espaço de tempo. Isso não é pessimismo nem fatalismo, como alguns poderão argumentar/contrapor; é realidade saltando aos olhos; basta não estar totalmente hipnotizado, para compreender tudo que aí está.

A Nova Era,  fará a sua parte; entretanto, a participação maciça, do animal humano,  é primordial para que todos os chamados paradigmas,  da era passada, sejam finalmente  extirpados e novos e frutíferos, tomem seus lugares.

No próximo post ─ Condição do próprio Sistema Capitalista, hoje.

Maria ─ Estrela Lunar Amarela
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