sábado, 30 de junho de 2012

VISITA


Amigos do blog, essa semana resolvi abrir espaço diferente para algo muito interessante e profundo, escrito por uma jovem amiga.
Conheci, de forma mais integral, essa garota, quando ela tinha 10 anos; surpreendeu-me, na época, seu extenso conhecimento sobre Raul Seixas e, mais importante que isso, suas incríveis percepções, e comentários profundos sobre várias e várias músicas, dele. Claro que seu conhecimento, vinha de um meio em que Raul   entre outros rebeldes, da época era constantemente, ouvido. Mas, como ela, particularmente, “vivenciava” e “sentia”  as mensagens de Raul, era algo de causar espanto, realmente.

Desde essa época, até hoje, somos amigas e quando nos encontramos,  as conversas tendem ao Infinito mas, com os pés bem assentados, no terreno, para não sermos “sequestradas” pelo Infinito o que, aliás, não seria nada tão  inesperado e indesejado!
Essa poesia não foi a primeira, dela, mas sim, uma das que mais me despertou algo indizível; por essa razão, compartilho-a com vocês com a certeza de que irão gostar.

Virá toda em itálico e exatamente como ela repassou inclusive, como queria,  “assinar”.


A VISITA

Chego em casa...,  depois de mais um dia de trabalho.
Giro a chave; abro a porta.

Entro.

 Ali está ela!
Posso vê-la sentada, apoiada na  mesa.

Eu não digo nada; apenas puxo a cadeira e me sento ao seu lado.

Eu não esperava a visita.

Mas,  ela é bem vinda!
Olho para ela...

Nós nos olhamos e em seus olhos eu posso ver....
Posso ver meu próprio reflexo.

Ela, a Solidão, veio me visitar!
Às vezes, conversamos...

Percebo que seus olhos mexem, suavemente, como quem quer dar uma explicação...
Percebo que parece adivinhar o meu conflito, como normalmente faz!

Então, ela rompe o silêncio....
Aos poucos, começa a narrar a história do universo, me transportando para o  enredo de um cenário magnífico.

Conta que o universo nasceu de um ponto minúsculo de “vácuo”, e através da expansão desse vazio, o universo nasceu.
E o que ocorreu com esse ponto minúsculo é que Ele sofreu uma grande expansão!

Expandiu e expandiu!
Expandiu tanto, que deu origem ao universo!

E o Universo nasceu do “vácuo”, num vazio infinito!
Pergunto a ela como é possível.

Como pode algo tão grande como o universo, surgir de um ponto de vácuo?

Um pedaço minúsculo de vácuo dar origem há tudo que existe?
Ela se cala ...

Eu a encaro, esperando uma resposta.
Ela baixa a cabeça, pensativa,  meditando uma resposta e diz:

Simples!
Olhe para mim!

  Eu sou a sua solidão.
E só existo porque dentro de você existe um ponto de vácuo. Um ponto de vazio que se expande!

 E sempre que eu apareço, esse ponto se expande um pouco mais; você aprende cada vez mais a lidar comigo, vendo-se nos meus olhos.
E quando sentamos juntas, nós conversamos de tudo!

Seus Amores; seus amigos; seus amantes... e todas as memórias que preenchem você.
Eu não sou um ponto vazio!

Eu sou um ponto vazio de solidão, que entra em expansão para poder ser preenchido.
E em mim,  você se encontra. E em mim,  você se preenche .

E assim, o universo preenche o ponto vazio.
E assim nasceu o universo.
...

Agora quem baixou a cabeça pensativa, fui eu.
...

Acho que entendi!
...

Quando volto a erguer o olhar...
Ela se foi.

Fiquei eu ...
e um ponto vazio.


R. C. Fortuna

Junho/2012

Contato com autora pode ser feito através do e-mail: reb_fortuna@yahoo.com.br


segunda-feira, 25 de junho de 2012

CÚPULA DOS POVOS NA RIO + 20



Como é bom ter algo esperançoso como motivo, para escrever.
A  RIO + 20, como evento aglutinador teve, na Cúpula dos Povos, sua importância fundamental, tanto pela diversidade de seus participantes e temas, quanto à maravilhosa declaração final que sintetiza tudo que foi, exaustiva e conscientemente, discutido; é sobre ela que vamos conversar.

Somos partidários do pensamento de que, qualquer mudança virá, única e exclusivamente, da união do animal humano e não, do Sistema.
Por mais uma vez, isso foi comprovado; a grande cúpula dirigente ainda está fora de sintonia com  a Nova Era que já mostra sua presença e,  o que é necessário mudar, em função dela; com raras exceções os discursos foram os mesmos e as intenções, idem.

Os movimentos e organizações sociais mostraram lucidez de análise, da maioria dos grandes desafios, que temos, adicionando a eles por conta própria o que consideramos o mais difícil:  difundir a Declaração Final, discuti-la e apoiar todas as iniciativas que virão, em função dela.
Não nos esqueçamos,  que não podemos contar com  auxílio, para o acima, da maioria das mídias neoliberais isto, por motivos óbvios e conhecidos.

Caberia a cada um de nós, dentro dos círculos aos quais “pertencemos”, nas redes sociais a nós diretamente relacionadas, incentivar a que um número maior, de pessoas, ao menos tomem conhecimento desse documento, extremamente importante.
Particularmente, faço parte de uma rede em que estão conectadas pessoas bastante sintonizadas com as necessárias mudanças e, ecléticas em seus compartilhamentos;  mesmo assim, vejo que uma boa parte não demonstra interesse em ler e compartilhar artigos escritos  por várias cabeças pensantes, explorando os temas discutidos na Cúpula dos Povos, principalmente. Talvez os que assim agem, conheçam muito melhor, do que nós, os assuntos postados; daí, provavelmente, o desinteresse em ler e compartilhar.

Mas, há um ponto importante na rede social a que, felizmente, estou agregada  uma preocupação grande em divulgar o máximo de informações sobre a necessidade premente, que cada um de nós busque evoluir mental e espiritualmente. Nesse sentido  devemos dar,  aos que trabalham, para tal, a devida razão em talvez manter afastamento das centenas de opiniões veiculadas/compartilhadas, pois se não conseguirmos mudar nossa perspectiva de vida, nossa maneira de conviver,  social e ecologicamente,  buscando harmonia com o TODO, não conseguiremos sentir ressonância aos movimentos em prol da Natureza e do Planeta.
Muitas vezes ficamos preocupados em saber se não estamos sendo demasiadamente insistentes, com tais postagens, tanto no face como no blog;  essa preocupação logo se desfaz,  por considerarmos que cada um deve fazer a parte que pode e considera útil;  em nosso caso específico, é garimpar bons artigos e compartilhá-los; temos tempo suficiente, para isso; e é o que fazemos,  como forma de auxiliar os que muitos compromissos,  têm.

Voltando à maravilhosa CÙPULA DOS POVOS, reiteramos nossa certeza de que as mudanças necessárias e suas respectivas ações em prol delas, só vão acontecer de baixo para cima; serão as sociedades, em seus respectivos países, cidades, municípios,  que fomentarão medidas locais, dando inicio, com o pé direito à desglobalização.
Desglobalizar, em nosso entendimento,  é trazer para mais próximo de cada região, de cada país, de cada estado, de cada cidade, de cada bairro, de cada rua, de cada casa, de cada animal humano o germe, a semente da defesa e reconstrução da Natureza do Planeta Terra.

Por essa razão a importância maior desse evento paralelo; foram 14 mil pessoas participando das discussões, decisões, passeatas pessoas essas, vindas de várias partes do mundo; elas voltarão e outras aqui ficarão, com a resultante de seu encontro DECLARAÇÃO FINAL DA CÚPULA DOS POVOS NA RIO + 20 POR JUSTIÇA SOCIAL E AMBIENTAL EM DEFESA DOS BENS COMUNS, CONTRA A MERCANTILIZAÇÃO.
Outro documento extremamente importante é o lançado pela Via Campesina DOCUMENTO DE POSICIONAMENTO DE LA VIA CAMPESINA.

Acredito que lendo esses 2 documentos poderemos, entre os vários tópicos ali salientados, escolher os que mais nos incitam análises e comentários, passando a buscar pessoas com os mesmos interesses,  discutindo e propondo ações que possam ser realizadas por pequenos ou médios grupos pois acreditamos, que assim agindo,estaremos fortalecendo uma grande rede social que fará jus ao seu EXISTIR.
Confiamos, sinceramente, nesse tipo de ação que se faz, premente!

Deixamos, abaixo, os endereços de acesso a esses dois documentos, sem esquecer do que também foi  explicitado, em documento final, pelos Povos Indígenas, igualmente importante e, também indicado.

 Maria-Estrela Lunar Amarela
qualquer erro, por favor, nos comunique.
























sábado, 16 de junho de 2012

CARTA ABERTA ÀS AUTORIDADES PRESENTES NA RIO + 20


CARTA ABERTA ÀS AUTORIDADES PRESENTES NA  RIO + 20

 Mesmo tendo certeza que esta não chegará,  até os srs., é de minha índole expor ideias e não,  deixá-las reclusas, em especial quando o assunto envolve Planeta, Natureza e Humanidade.
Confesso aos srs. não acreditar em qualquer atitude mais séria, honesta, consciente, da maioria dos srs., em relação a tudo que será rediscutido, nesse encontro.  Infelizmente.

Qual a razão da descrença?
São várias, na verdade, começando pela certeza que todos os srs. representam ou são obrigados a aceitar ,  o velho e decadente status quo do Sistema vigente Capitalismo Neoliberal e sua mais recente vertente Financeirização da Economia, ambos causadores dos graves problemas econômicos mundiais, atuais.

Em suas mentes, não há espaço para os problemas que serão, novamente, exaustivamente debatidos; elas estão totalmente dominadas por equações, cálculos e estatísticas mercadológicos,  determinantes daquilo que, para governos, tem mais valia PIB.

Nem mesmo os vários e sérios alertas feitos por parte da comunidade científica, consegue encontrar espaço em suas mentes, totalmente alienadas da realidade do Sistema Vida Planeta Terra e assim, a outra parte da comunidade científica que trabalha aliada ao Sistema, apresenta argumentações, tentando invalidar esses mesmos alertas, por ordem do próprio Sistema.
Os srs. devem saber,  melhor do que qualquer de nós, que não existe saída; não existem atalhos a serem explorados; mesmo que o consumismo fosse erradicado o que o Sistema e Mercado não aprovariam, em hipótese alguma ainda teríamos o consumo relativo aos 7 bilhões de habitantes, do Planeta Terra, mesmo que esse consumo seja para cerca de 1,5 bilhão de pessoas de 1 pão/dia o que, em realidade, não é representativo na devastação ambiental.

A realidade dos fatos, então é:  não existem soluções; as que existem, seriam tão catastróficas que estão fora de cogitação; até mesmo o proposto como Crescimento Zero, não iria atingir os efeitos desejados; iria apenas prorrogar o caos pois é sabido que a manutenção do básico necessário, já incide em mais devastação dos já escassos recursos naturais.
Outra realidade, absurdamente favorável ao poder constituído e megacorporações mundiais que dominam a economia, é que o animal humano ainda permanece hipnotizado pelo status quo econômico/financeiro seu e do Sistema.  Em pesquisa recente, aqui no Brasil, por exemplo, foi apurado que a parcela da sociedade, com certa preocupação com os temas da  RIO + 20,  atinge irrisórios   12%.

De  quem caberia informar melhor,  sobre a real situação da Natureza e Planeta o sistema mídia nada é possível esperar por ser ele,  o maior aliado do Sistema, do Mercado pois é sustentado, por ambos. A contrapartida, do sistema midiático, seja ele qual for e atuando local, nacional ou internacionalmente,  é vender através dos mais diversos tipos de propaganda, programações, entrevistas, debates, etc ─ o que é produzido pelas megacorporações enquanto as atividades, por exemplo,  campesinas, voltadas à verdadeira produção rural/local,  sequer são citadas.
Não entram nas pautas de discussões dos sistemas midiáticos, principalmente brasileiros,  questões como ─ agricultura familiar, reforma agrária, excessiva utilização de agrotóxicos e os malefícios dos transgênicos para todo o Sistema Vida ─ Planeta Terra.

O sistema, acima referenciado, já está “vendendo” o Projeto Corporativo de mercantilização e financeirização da Natureza, batizado com o envolvente nome de: ECONOMIA VERDE.
Os atributos, dessa nova roupagem do Sistema Capitalista, são apresentados como verdadeira panacéia para todos os problemas, em discussão, de forma mais específica à questão de alimentos para a Humanidade e erradicação da pobreza.

É uma pena que a Cúpula dos Povos  evento paralelo, de importância impar  ─ mesmo apresentando importantes trabalhos e propostas não terá voz atuante naquilo que está sendo ─ secretamente negociado.
Assim, sem maiores delongas, posto  já ter expressado pontos principais de minha total descrença ─ descrença essa fundamentada, não no pessimismo e sim, no realismo de alguém que, aos 68 anos pode dimensionar a incrível evolução material das sociedades mas também,  sentir a inacreditável deterioração de nosso meio ambiente ─ tomo a liberdade de sugerir,  que o mais sincero e objetivo, no encerramento da RIO + 20, seria uma declaração conjunta, dos srs., enfatizando mais ou menos o seguinte:

NADA DE MAIS DECISIVO E VERDADEIRAMENTE EXEQUÍVEL, É POSSÍVEL PROPOR.
 A SITUAÇÃO ECOLÓGICA DO PLANETA TERRA EXIGIRIA  ATITUDES EXTREMAS COMO, POR EXEMPLO, PRODUZIR QUASE QUE ÚNICA E EXCLUSIVAMENTE PARA ALIMENTAR A HUMANIDADE, SEM AGROTÓXICOS, SEM TRANSGÊNICOS E, DE FORMA GRATUÍTA, POIS O NÚMERO DE DESEMPREGADOS ATINGIRIA CASA DOS BILHÕES, EM CONSEQUÊNCIA DA PARALISAÇÃO DE GRANDE PARTE DA PRODUÇÃO INDUSTRIAL MUNDIAL, PARALISAÇÃO ESSA,  COM INTUÍTO DE PRESERVAR OS RAROS ECOSSISTEMAS, AINDA INTOCADOS E,  AGUARDAR POSSÍVEL RECUPERAÇÃO DOS JÁ TOTALMENTE DEGRADADOS, RECUPERAÇÃO ESSA QUE AINDA  NÃO NOS É POSSÍVEL DIMENSIONAR  O TEMPO NECESSÁRIO, PARA TAL.

EM SENDO ISSO, IMPOSSÍVEL, RESOLVEMOS DIZER  ÀS SOCIEDADES DOS PAÍSES REPRESENTADOS, QUE CONTINUEM COM O MESMO RÍTMO DE VIDA.
 QUE CADA CIDADÃO  COMPRE O QUE QUISER, QUANTO QUISER,  GASTE O QUE PUDER E AGUARDE A FATURA QUE, MAIS CEDO OU MAIS TARDE,  A NATUREZA E O PLANETA ENVIARÃO, A TODOS NÓS, COMO ACERTO FINAL DE NOSSA DÍVIDA PERDULÁRIA E DESASTROSA, COM O SISTEMA VIDA ─ PLANETA TERRA.

Maria do Rocio Macedo Moraes

16 de junho de 2012

  Londrina/Pr.                        




sábado, 9 de junho de 2012

RIO + 20


 Falta pouco para o início oficial do grande evento RIO + 20.
Para os mais jovens, que desconhecem o que foi a ECO-92,  é interessante saber que ela teve como base de discussões, documentos da Conferência de Estocolmo de 1972 e do Relatório Brundtland, também conhecido como Nosso futuro comum”, de 1987.

O Rio de Janeiro foi a sede da ECO-92, em 22 de junho do ano em destaque.

Os principais documentos gerados, após série de reuniões, foi a Carta da Terra e a famosa Agenda 21  que consta de 41 capítulos referenciando os diversos aspectos sociais e econômicos que deveriam nortear ações de governos e sociedades com o intuito de preservar a vida no/do Planeta.

Depois da ECO-92 e em função dos três principais eventos de 1972, 1987 e 1992 , surgiu o Protocolo de Kioto (ou Quioto), um Tratado Internacional discutido no Japão, em 1997 mas que entrou em “ação” apenas em 2005 e cujo prazo expira agora, em 2012. É de conhecimento geral que os Estados Unidos não ratificaram esse Tratado.
O que pode chamar mais atenção, é que desde 1972, principalmente, os alertas para os problemas relacionados ao meio ambiente planetário foram exaustivamente discutidos.

Se formos contar apenas da ECO-92, para cá, são 20 anos de estagnação nas ações e incremento incalculável, dos problemas; se o cálculo for de 1972, são QUARENTA ANOS, de puro descaso. Some-se a esse descaso, o ônus do Planeta com a população mundial, hoje em 7 bilhões de habitantes; em 1970  esse ônus era menor pouco mais de 3 bilhões.
Além de tudo isso, constate-se que houve um incremento absurdo do consumo, em função do aumento da população; entretanto, o mais danoso foi a disseminação da cultura neoliberal do consumismo, “cultura” essa amplamente difundida por todas as mídias, é claro.

É mais que evidente que se os problemas já existiam, de longa data e que,  sem nenhuma ação mais eficaz para, pelo menos, contorná-los, só poderíamos chegar aos extremos de hoje; estamos num beco quase sem saída; pequenas soluções mesmo que pensadas em macro, não serão suficientes para reversão do processo de quase falência ecológica. As possíveis e drásticas soluções pensadas, se implementadas, iriam causar transtornos sociais e econômicos de amplo espectro e ninguém está disposto, infelizmente, a arcar com essas decisões/soluções.
Uma delas, bastante discutida em alguns círculos de pensadores de gabarito,  é a do Crescimento Zero que, evidentemente,  não será aceita pois todos os países, do mundo, cultuam o PIB mais ardorosamente, do que o bem social e, dependendo das mídias, isso jamais entrará em discussão;  isto pode ser comprovado, pois em função da possibilidade do Brasil não atingir um crescimento de 3% no PIB de 2012 em comparação com 2011 a imprensa já está discutindo o problema do “Pibinho” brasileiro, incutindo nas mentes menos antenadas, que o País está mal.

Entretanto, mesmo com o chamado Crescimento Zero, continuaremos o consumo dos bens já em fase de extinção.
Só para termos ideia de como tudo aconteceu rápido demais, vamos dar uma olhada na idade do Planeta. Via ciência, essa questão oferece grandes diferenças; uma das correntes científicas, estima algo em torno de  4,6 bilhões de anos,idade essa calculada através de 2 métodos radiometria e escala de tempo geológico; a outra, considera que os dois métodos podem ser falhos e propõe algo em torno de 6 mil anos o que, particularmente, acho pouco provável.

Independente de ser 4,6 bilhões  ou 6 mil anos, o que é estarrecedor é o fato de que, de forma mais intensa,  em pouco mais de  150 anos com destaque máximo aos últimos 50 os recursos naturais  foram,  praticamente, quase esgotados,  por obra do animal humano.
Caso algo ocorra, o Planeta continuará a existir e buscará formas naturais de recomposição; o animal humano, entretanto, não terá a mínima chance de continuar vivo, dependendo do tamanho da reação da Natureza aos malefícios causados, por nós.

A RIO+20,  será mais uma oportunidade de intensa discussão, agora trazendo em seu bojo a mais nova tentativa do sistema capitalista para continuar mascarando realidades Economia Verde, que será ardorosamente defendida com argumentos que podem mexer com a cabeça dos menos antenados; aliás, já está sendo assunto em várias mídias.
É difícil esboçar qualquer pensamento otimista, em relação ao que vai ser decidido na ECO+20; basta que cada um de nós olhe ao seu redor para ver que nosso comportamento bem como de toda a humanidade, praticamente , é de total  dormência analítica, total descaso e desconhecimento dos fatos mais simples relacionados ao meio ambiente.

Se não acordarmos ou, se não formos acordados, de alguma forma considero bastante difícil nossa situação nesse impasse decisivo, que vivenciamos; aguardar mais 10,  15, 20  anos para próximas discussões,  sobre,  será extremamente audacioso, temerário e talvez...vão!
Não podemos deixar de dizer que muitas coisas boas e altamente representativas de mudanças favoráveis, estão sendo feitas;  ainda que pontuais, grupos de pessoas espalhados pelo mundo, tentam mostrar e comprovar alternativas de vida; eles lutam como podem para disseminar aquilo que colocaram em prática; não contam com nenhum sistema midiático para auxiliá-los pois estão, digamos assim, fora do interesse do sistema capitalista/neoliberal; esses grupos tornaram-se inexistentes, para o sistema. Melhor para eles!

Encerrando, sou de opinião que seja qual for o capitalismo Verde, Amarelo, Lilás, Azul,  esse sistema e,em verdade, qualquer outro, não irá alcançar êxito na busca de alternativas para salvar o animal humano de uma situação altamente caótica; ou todos acordamos e vamos à luta ou então... aguardemos as decisões da Mãe Natureza;  ela é Mãe mas, antes de tudo é SÁBIA e PODEROSA!

Maria Estrela Lunar Amarela
qualquer erro, por favor, nos informa.

Livros disponibilizados para download:

EgoCiência e SerCiência Ensaios
http://pt.scribd.com/doc/66202227/egociencia-livro01-110417160819-phpapp02

EgoCiência e SerCiência Em busca de conexões quânticas
http://pt.scribd.com/doc/77816149/egociencia-livro02-02

EgoCiência e SerCiência versus Algumas questões humanas
http://www.slideshare.net/professorazeitona/ego-cincia-e-sercincia-versus-proposta-do-sagrado



 


segunda-feira, 4 de junho de 2012

Espaço 15 - SENTIMENTO





Neste post de hoje, vamos trazer, ainda,  mais um ponto do livro EgoCiência e SerCiência Em busca de conexões quânticas, disponibilizado para download.

 É o ESPAÇO 15 SENTIMENTO, que virá todo em itálico.

 Sentimento, para mim, é a expressão mais duradoura de uma sensação diferenciada; é a “memória” da intensidade vivenciada durante o instante, quase fugidio, de uma  sensação especial.
Mas, o que pode significar sensação diferenciada?  Fizemos no Espaço 9, da 2ª parte do EgoCiência e SerCiência, uma diferenciação entre as sensações vinculadas aos 5 sentidos e a Sensação que é total, íntegra, ou seja, que é sentida, profundamente, na estrutura quântica da pessoa, agora atualizada como Ego-pessoa. 

É claro,  que as sensações físicas oriundas de algum estímulo percebido através de um dos cinco sentidos pode, dependendo da intensidade e consequências, tornar-se inesquecível,  para qualquer um de nós. Exemplificando, suponhamos que alguém tenha sofrido uma queimadura em determinada parte do corpo, queimadura essa, grave. Claro está que essa sensação, no caso,  de dor, dificilmente será esquecida, integralmente. Mas, a “lembrança” dessa sensação oriunda dos sentidos,  ficará mais ou menos “restrita” à parte afetada; ela será, de uma forma ou de outra, “localizável”, trazendo um sentimento de algo que foi,digamos assim, doloroso.
Sensações que poderíamos chamar de “primárias”, como um susto, por exemplo, sempre detonam algo diferenciado em algum ponto da estrutura Corpo Humano; um arrepio, uma alteração na boca do estomago, na barriga, no coração enfim, alteram condições  normais, de atividade orgânica.

As Sensações diferenciadas, não causam qualquer transtorno físico, orgânico.  Elas, por terem uma outra origem, que não os sentidos humanos, da forma como os concebemos, são íntegras, sutis mas profundamente marcantes;  indissolúveis, inesquecíveis,  passam a ser um sentimento, praticamente impossível de descrever, como todo sentimento verdadeiramente profundo. Talvez a sensação diferenciada, possa ser “retratada” como  emoção, para uma melhor compreensão.
Fazendo um parêntese, contarei a vocês dois fatos extremamente marcantes, para mim.  O primeiro é algo que costumava fazer, aos 4/5 anos segundo o que minha mãe contava e que lembro. Ao cair da tarde, próximo à chegada da noite, corria para uma escada que dava para o quintal e ali sentava. Quando via a 1ª estrelinha brilhar no céu, começava a cantar  “ A estrela D´Alva,  no céu desponta ...”  música de Braquinha e Noel Rosa, de grande sucesso nos idos de 1940/50.  Isso era o que hoje pode ser chamado  de ritual. Consigo lembrar a Sensação que sentia, na época, que era um misto de encantamento e de questionamentos frente aquela maravilha de céu estrelado.  Sentia, na ocasião,  o mesmo que sinto ainda hoje, aos 65 anos , ao olhar o céu em noite estrelada uma Sensação  de admiração, questionamento, acrescida hoje,  de uma  saudade de algo  indefinido, que me preenche, por inteiro e que não está vinculada às lembranças da infância; é algo além, muito além de um instante, de uma época.

O segundo,  foi fantástico. Tinha aproximadamente 10 anos e por acaso quebrei um termômetro; vi, encantada, uma bolinha prateada cair no chão; tentei pegá-la mas ela não me deixava fazê-lo. Então peguei-a com algo, que não lembro o que e tentei repartir aquela pequena “bolinha”; consegui fazê-lo mas as partes imediatamente voltaram a se juntar. Fiquei extasiada e procurei dividi-la, ainda mais; o resultado era sempre o mesmo; os pequenos “fragmentos” voltavam a se ligar. Em determinado momento meu pai chegou e me viu naquele “transe”. Disse-me que não podia brincar com aquele material,  pois o mercúrio (foi quando descobri seu nome) era perigoso. Não consegui tirar da cabeça aquela sensação maravilhosa que senti e apesar de sempre acatar conselhos de meus pais, pois sabia serem certos, na primeira oportunidade quebrei, intencionalmente, outro termômetro. Levei bronca e o outro comprado, ficou escondido. Não quero afirmar, com absoluta certeza, mas essa fantástica experiência deu-me, creio, as primeiras noções dos vários em um, fundamentando, com certeza, o que viria,  muito tempo depois.
Voltando, a  lista do que é determinado como sentimento é imensa; os mais comuns, nessa relação são: amor,  amizade, paixão, ódio, rancor, inveja,  simpatia, antipatia, inferioridade, superioridade, vingança etc.. 

Não vamos nos deter, neste Espaço, a nenhum deles, especificamente, acreditando que o mais importante que tinha a dizer sobre sentimentos, já o expus, no início, fazendo, entretanto, uma ressalva importante Sentimento é muito, muito diferente de sentimentalismo; sentimento é próprio de pessoas com alto nível de sensibilidade, não de sentimentalismo, por considerar que sentimentalismo é mais periférico, permanecendo, por essa razão,  apenas no “exotérico”,  do Ego-pessoa.

Maria Estrela Lunar Amarela