terça-feira, 18 de setembro de 2012

ABSTENÇÃO, NÃO É A SOLUÇÃO.


 

 Passei alguns dias,  sem atualizar o blog.
Gostaria que os leitores, deste, entendessem que essa atitude não é um desrespeito; muito pelo contrário; preciso, para escrever, considerar que, de uma forma ou de outra, o que é exposto pode representar algum benefício, ao leitor. Não consigo escrever apenas por escrever isso é relativamente, fácil; nem sempre, útil.

Hoje, vamos abordar as eleições que se aproximam e, mais que isso, a repetição perigosa de sistemática utilizada nas eleições de 2012.
Na maior cidade do Brasil, de forma mais acentuada, vemos uma verdadeira “guerra”  eleitoral fomentada, mais especificamente, pelo envolvimento de candidatos e religiões.

Na Folha de São Paulo, de segunda-feira 17/09/2012, consta a informação que a Arquidiocese de São Paulo mandou distribuir às 300 igrejas, da capital, artigo de dom Odilo Sherer com críticas a um dos candidatos à Prefeitura da cidade, por utilizar religião, em sua campanha.
Qual é a verdadeira intenção, por trás dessa perigosa “coligação”  política e religião?

Relembrando tempos passados, percebe-se que algo de profundamente estranho está acontecendo, no Brasil. Até a década de 80, tínhamos um envolvimento social bastante intenso, com a política; boa parte de cidadãos tinha noção política, mesmo sem seu exercício ou por essa razão   já que estávamos em plena ditadura.
O movimento das Diretas Já,  propiciou à sociedade brasileira, exercer a força de sua voz; curiosamente, Fafá de Belém ao interpretar, magistralmente, o Hino Nacional em diversas manifestações públicas por insistência de Lula , fez germinar semente de participação social, mais intensa.

Hoje o que vemos,  é um quase total afastamento da população, de questões políticas; através de redes sociais, volta e meia surgem mensagens de desestímulo ao voto e de opiniões propondo total  afastamento político;  não sei se são opiniões próprias ou manipulações de grupos que querem, realmente, um povo completamente alheio,  para consolidar domínio.

 Essa não é a saída, essa não é a solução.

A responsabilidade de cada um de nós, com o destino de nosso voto é única e exclusivamente, nossa e,  vai mais além, muito além do que simplesmente votar.
Quem de nós preocupa-se,  por exemplo, em quem votar para vereador?  Estamos em nosso próprio município; seria bem mais fácil pesquisar, de forma ampla, o candidato de nosso interesse; poucos o fazem; preferem votar,  nos já conhecidos,  sem a mínima preocupação em saber como agiu em legislatura (s) anterior (ores).

O oba-oba é total e absurdo!

Sem que tenhamos a mínima consciência de que somos nós que pagamos pelo salário de cada vereador, deputado etc., sem procurar conhecer um pouco dos candidatos, não nos cabe exigir qualquer padrão comportamental, ético; nós mesmos não tivemos tal comportamento, ao elegê-los.
É interessante pensar, por exemplo, como somos cuidadosos na admissão de funcionários “do lar”; pedimos documentos, pedimos referências várias e, em alguns, até exame de saúde, entre outros. Após admissão, observamos atentamente o trabalho exercido; exigimos máximo cuidado com nosso patrimônio; exigimos que desperdícios sejam evitados, etc.. Algum deslize maior, nós os demitimos.

Essa mesma preocupação deveríamos ter em relação aos funcionários do País, escolhidos  e regiamente pagos, por nós.
Alguns poderão argumentar que não podemos demiti-los; grande engano!

Pode ser que dê muito trabalho, mas os abaixo-assinados podem resultar em ganho de questão, de forma bem mais fácil, em âmbito municipal. Precisamos  exercer nossos direitos; para isso, precisamos conhecê-los e divulgá-los.
O Plebiscito, por exemplo, pode ser exigido em casos decisórios de extrema importância para o País   como um todo e,  sociedade.

É necessário um começo mais sério de acompanhamento,  das atividades parlamentares.
Mas, quem poderia dispor de tempo para acompanhar seções de câmaras municipais?  Quem poderia se dispor a acompanhar, até mesmo via televisão, as seções do Congresso Nacional Câmara e Senado?

Esse acompanhamento, de cara iria nos dizer do quanto de tempo perdido com discursos e mais discursos; se houvesse menos ostentação oratória, sobraria tempo para as votações e não precisaríamos pagar por período legislativo extra,  para dar conta de votações importantes que ficaram, pendentes.
Tenho opinião de que nós, da terceira idade, antenados em questões políticas e sociais, sem filiação partidária,  poderíamos prestar um excelente serviço à sociedade, Municípios, Estados e País; temos tempo suficiente e vontade de mostrar nossa visão mais abrangente,  colaborando com todos aqueles que desejariam fazer algo mas não sabem como e que,  pela exaustiva atividade profissional, não encontrariam tempo disponível.  

Além do mais, já não temos amarras profissionais que poderiam frustrar/impedir,  nosso ativismo.
As redes sociais estão aí, disponibilizadas,  para se fazer bom uso, delas; elas seriam o meio eficaz de divulgação de toda pesquisa e análise, feitas.

Essa “mão de obra” está amplamente disponível; resta apenas aglutiná-la e apoiá-la em seu benéfico, trabalho.
Seria mais um movimento social sacudindo estruturas arcaicas buscando, das mais diversas formas, despertar/incentivar o maior número possível, de brasileiros.

Começamos o assunto, com o sério problema em minha opinião, é claro do envolvimento de religiões com política; isso nunca deu certo; não é agora que vai dar MUITO PELO  CONTRÁRIO!
Não  tínhamos isso, no Brasil; não devemos admitir que crie raízes; já chega o que aconteceu em 2010!

 Precisamos EXIGIR de todo candidato exposição clara do que pensa fazer, de posse de cargo  que nós vamos lhe, outorgar.
Precisamos exigir menos barulho pelas cidades; precisamos exigir mais seriedade, competência, objetividade nos debates.

Mais do que tudo precisamos valorizar o nosso voto para ter o direito e o dever de impugnar ações contrárias aos interesses do País, sociedade e instituições.
A tão aclamada Reforma Política, precisa e pode começar com ações de grupos sociais esclarecidos, éticos e de visão Holística.

Pode parecer contraditória a forma de encerramento deste;  entretanto,  preciso dizer de um antigo sonho que, provavelmente, demorará séculos para tornar-se  ─ realidade.

“IMAGINE” que houve eleições e ninguém, votou.

 Maria-Estrela Lunar Amarela
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