segunda-feira, 8 de julho de 2013

RESPONDENDO UM QUESTIONAMENTO, IMPORTANTE



Recebi, dias atrás, um e-mail de Sílvio que se identificou como leitor esporádico, deste blog.

Na mensagem, ele comenta que sempre cito os termos – Visão Holística e Pensamento Holístico os quais, segundo ele, tem conhecimento via pesquisas. Também mencionou outro de meus assuntos prediletos ─ Física Quântica

Sua pergunta direta foi “... como você desenvolveu, se é que desenvolveu, a ambos e o que pode esclarecer sobre isso?” “Sobre a Física Quântica, você fez curso?”
Avisei-lhe que tentaria responder, através do blog, pois talvez outras pessoas poderiam interessar-se, também.

Neste, vamos abordar a primeira questão proposta; a segunda, ficará para outro.
Bem, as bases do que muito pra frente foi denominado primeiro de Holismo, foi encontrado, por estudiosos, na citação de Aristóteles ─ em sua obra Metafísica ─: “O todo é maior do que a simples soma de suas partes”.

Em 1926, em seu livro intitulado ─ Holism and Evolution ─, Jan Smuts, que foi um estadista africano ─ sem nenhum comprometimento com qualquer área do conhecimento que pudesse tê-lo incentivado, a tal ─ criou o termo/conceituação de Holismo, que bem mais tarde seria ampliado para ─ Visão Holística e Pensamento Holístico.
Todos esses termos, além de muitos outros, dessa área, são “derivativos” da palavra grega holos que significa ─ inteiro ou tudo.

Agora, vamos tentar responder a pergunta feita pelo Sílvio; uma pequena estória, será o começo.
Quando trabalhava na Embratel (1978/1984), tínhamos um excelente grupo de discussões estas, sempre motivadas pela leitura de uma revista, de circulação interna, com temas muito abrangentes. Numa de suas publicações, veio o resultado parcial de uma pesquisa, em andamento, sobre a diferença de visão, dos orientais em comparação com os ocidentais.

Para resumir o que analisamos, na época, vou usar de uma abordagem, bem prática.
Digamos que um oriental entre na sala de uma casa, ainda desconhecida, por ele; ao entrar na sala ele “verá” o todo, da sala, justamente por ser esse o seu software, visual. Depois, é claro, começará, provavelmente, a observar detalhes; mas a totalidade do ambiente já estará devidamente registrado, em seu campo mental.

O ocidental, ao entrar nessa mesma sala, será visualmente motivado, por algum dos elementos que compõe esse ambiente; depois por outro, mais outro. É assim que o software visual, do ocidental é, genericamente programado. Claro que haverá exceções tanto em orientais como em ocidentais nesse quesito, específico ─ software visual.
Ao final do artigo, a pesquisa havia definido o tipo de visão do oriental como ─ holístico.

Motivados por essa questão, resolvemos “treinar” nossa forma de “ver”, forçando-nos a “ver” a totalidade de um ambiente. Não foi fácil e o resultado, claro, não foi o esperado; mas as sinapses do entendimento da conceituação, já tinham sido, formadas.
Nessa mesma época, em um encontro muito rápido, com meu pai terreno que foi, entre outras coisas, um grande matemático, sugeriu-me estudar alguma língua oriental pois, segundo ele, isso permitiria uma complementação muito importante, da estrutura mental, Meu pai foi autodidata, nesse estudo.

 Contei essa conversa a meus amigos, do grupo; alguns deles resolveram seguir o que meu pai tinha falado; eu, não. Entretanto, arquivei essa informação pois ela, de certa forma, vinha ao encontro do que tínhamos, visto.
Em 1986, com o advento, no Brasil, do livro de Fritjof Capra ─ O Ponto de Mutação ─, ficou definitivamente comprovado, para mim, que as discussões sobre o pensamento oriental e ocidental e o entendimento de ─ holístico ─, contribuíram para abertura dos canais de entendimento para tudo que foi exposto, magnificamente, no livro em questão.

Já em seu primeiro capítulo ─ A inversão da situação ─ Capra finaliza-o dizendo: “Os cientistas não terão por que relutar em adotar uma estrutura holística, como frequentemente o fazem hoje em dia, por temor de serem anticientíficos. A física moderna pode mostrar-lhes que tal estrutura não é só científica, mas está em acordo com as mais avançadas teorias científicas sobre a realidade física.”
A leitura do Ponto de Mutação, mais especificamente, trouxe-me a certeza, absoluta, de que tudo está em dinâmica inter-relação, com tudo; não há nada avulso, solitário, desconectado. Nada, absolutamente nada o é, por si mesmo; até mesmo os fatos sociais têm conexão; para conhecê-las, basta pesquisar/analisar.

É isso que evidencio sempre, ao falar de Visão Holística; não devemos nos “fechar” em um único ponto de vista; mesmo que adotemos um, para nós, o embasamento dele precisa, a meu ver, estar em perfeita conexão com todos os pontos que o “criaram” e em constante “reciclagem”, justamente pela vastidão, do que existe e, do pouco que sabemos; o que hoje é, amanhã já não o será ─ terá sido complementado, modificado, atualizado ou, até mesmo, refutado.
A chamada Visão Holística e o Pensamento Holístico, nos auxiliam na incrível aventura do entendimento da ─ diversificação. Não sei dizer qual deles detona, o outro; para mim, entretanto, creio que o entendimento, do primeiro levou-me, automaticamente, ao segundo.

É claro que tanto um quanto o outro, pode nos trazer certos problemas; quem, como eu ─ por exemplo ─ tenta escrever, faz-se necessário um esforço enorme para “empacotar” certos assuntos pois as inter-relações de tudo com tudo, se faz presente, até na utilização de uma simples, palavra.
Entretanto, as vantagens, de certo trabalho, com ambos, são imensas; particularmente, a que mais me agrada é a seletividade de informação ─ não é qualquer coisa que penetra com facilidade, em meu campo mental; não é uma mensagem, uma manchete de jornal ou revista, um comentário qualquer, que tem livre acesso sem antes ser bastante, pesquisado/analisado ─ olhado na totalidade que me é permitida, pois o conhecimento sobre este ou aquele assunto, não é nunca, abrangente.

A Visão Holística é tão fantástica que ela chega quase a confundir-se, com nossa intuição; ou talvez, melhor dizendo, nossa intuição nos leva, automaticamente à Visão Holística quando, principalmente, detectamos no tom da fala, nas expressões faciais a desconexão entre o que está sendo dito e o que está, realmente, sendo pensado.
Esse é um ponto muito favorável em avaliações políticas e midiáticas, entre outras.

A Visão Holística e o Pensamento Holístico são “ferramentas” prioritárias para a derrubada de concepções ultrapassadas; para a eliminação de todo e qualquer tipo de preconceito e visões, distorcidas.
Antes de encerrar, gostaria apenas de dizer que, dentro do campo científico, mais especificamente, é usado, em substituição a Visão Holística e Pensamento Holístico o que é denominado de Visão Sistêmica e Pensamento Sistêmico, unicamente pela razão de que nada está isolado ─ tudo faz parte de um sistema, que faz parte de um sistema maior, que faz parte de um sistema maior ainda; provavelmente ─ ad infinitum!

Para o campo cientifico, esses dois termos oferecem muito maior amplitude de entendimento; entretanto, nesses próprios termos está, claramente delineada, a questão ─ Holística!

Bem, espero que tenha conseguido, em parte, responder ao primeiro questionamento do Sílvio; apesar da simplicidade e pouca profundidade conceitual, o caminho da descoberta e entronização da questão holística, em minha estrutura mental, aconteceu exatamente, dessa forma.
Não saberia dizer o quanto os átomos e as partículas subatômicas ─tratados por mim como: entes quânticos ─ formadores desta estrutura física, auxiliaram nesse entendimento; creio que esse é um fator determinante.  Dependendo das experiências que trouxeram gravadas, para este “estágio” atual, provavelmente então, em qualquer questão, essas experiências vão “criar” um campo de entendimento bem mais favorável.

 Maria-Estrela Lunar Amarela

─ algum erro detectado, por favor nos informe.

 Livros disponibilizados para download

EgoCíência e SerCiência ─ Ensaio


 EgoCiência e SerCiência ─ Em busca de conexões quânticas


 EgoCiência e SerCiência vs. Algumas questões humanas


 

 

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