Na mensagem, ele comenta que sempre cito os termos – Visão Holística e Pensamento Holístico os quais, segundo ele, tem conhecimento via pesquisas. Também mencionou outro de meus assuntos prediletos ─ Física Quântica
Sua pergunta direta foi “... como você desenvolveu, se é que
desenvolveu, a ambos e o que pode esclarecer sobre isso?” “Sobre a Física
Quântica, você fez curso?”
Avisei-lhe que tentaria responder, através do blog, pois
talvez outras pessoas poderiam interessar-se, também.
Neste, vamos abordar a primeira questão proposta; a segunda,
ficará para outro.
Bem, as bases do que muito pra frente foi denominado primeiro
de Holismo,
foi encontrado, por estudiosos, na citação de Aristóteles ─ em sua obra
Metafísica ─: “O todo é maior do que a
simples soma de suas partes”.
Em 1926, em seu livro intitulado ─ Holism and Evolution ─, Jan Smuts, que foi um estadista africano ─
sem nenhum comprometimento com qualquer área do conhecimento que pudesse tê-lo
incentivado, a tal ─ criou o termo/conceituação de Holismo, que bem mais tarde seria ampliado para ─
Visão Holística e Pensamento Holístico.
Todos esses termos, além de muitos outros, dessa área, são
“derivativos” da palavra grega holos que significa ─
inteiro ou tudo.
Agora, vamos tentar responder a pergunta feita pelo Sílvio;
uma pequena estória, será o começo.
Quando trabalhava na Embratel (1978/1984), tínhamos um excelente
grupo de discussões estas, sempre motivadas pela leitura de uma revista, de
circulação interna, com temas muito abrangentes. Numa de suas publicações, veio
o resultado parcial de uma pesquisa, em andamento, sobre a diferença de visão,
dos orientais em comparação com os ocidentais.
Para resumir o que analisamos, na época, vou usar de uma
abordagem, bem prática.
Digamos que um oriental entre na sala de uma casa, ainda
desconhecida, por ele; ao entrar na sala ele “verá” o todo, da sala,
justamente por ser esse o seu software, visual. Depois, é claro,
começará, provavelmente, a observar detalhes; mas a totalidade do ambiente já
estará devidamente registrado, em seu campo mental.
O ocidental, ao entrar nessa mesma sala, será visualmente
motivado, por algum dos elementos que compõe esse ambiente; depois por outro,
mais outro. É assim que o software visual, do ocidental é,
genericamente programado. Claro que haverá exceções tanto em orientais como em
ocidentais nesse quesito, específico ─ software visual.
Ao final do artigo, a pesquisa havia definido o tipo de visão
do oriental como ─ holístico.
Motivados por essa questão, resolvemos “treinar” nossa forma
de “ver”, forçando-nos a “ver” a totalidade de um ambiente. Não foi fácil e o
resultado, claro, não foi o esperado; mas as sinapses do entendimento da
conceituação, já tinham sido, formadas.
Nessa mesma época, em um encontro muito rápido, com meu pai
terreno que foi, entre outras coisas, um grande matemático, sugeriu-me estudar
alguma língua oriental pois, segundo ele, isso permitiria uma complementação
muito importante, da estrutura mental, Meu pai foi autodidata, nesse
estudo.
Contei essa conversa a
meus amigos, do grupo; alguns deles resolveram seguir o que meu pai tinha
falado; eu, não. Entretanto, arquivei essa informação pois ela, de certa forma,
vinha ao encontro do que tínhamos, visto.
Em 1986, com o advento, no Brasil, do livro de Fritjof Capra ─ O Ponto de Mutação ─, ficou
definitivamente comprovado, para mim, que as discussões sobre o pensamento oriental
e ocidental e o entendimento de ─ holístico ─, contribuíram para
abertura dos canais de entendimento para tudo que foi exposto, magnificamente,
no livro em questão.
Já em seu primeiro capítulo ─ A inversão da situação ─ Capra finaliza-o dizendo: “Os cientistas
não terão por que relutar em adotar uma estrutura holística, como
frequentemente o fazem hoje em dia, por temor de serem anticientíficos. A
física moderna pode mostrar-lhes que tal estrutura não é só científica, mas
está em acordo com as mais avançadas teorias científicas sobre a realidade
física.”
A leitura do Ponto de Mutação, mais especificamente,
trouxe-me a certeza, absoluta, de que tudo está em dinâmica inter-relação, com
tudo; não há nada avulso, solitário, desconectado. Nada, absolutamente nada o
é, por si mesmo; até mesmo os fatos sociais têm conexão; para conhecê-las,
basta pesquisar/analisar.
É isso que evidencio sempre, ao falar de Visão Holística; não
devemos nos “fechar” em um único ponto de vista; mesmo que adotemos um, para
nós, o embasamento dele precisa, a meu ver, estar em perfeita conexão com todos
os pontos que o “criaram” e em constante “reciclagem”, justamente pela
vastidão, do que existe e, do pouco que sabemos; o que hoje é, amanhã já não o
será ─ terá sido complementado, modificado, atualizado ou, até mesmo, refutado.
A chamada Visão Holística e o Pensamento Holístico, nos
auxiliam na incrível aventura do entendimento da ─ diversificação. Não sei
dizer qual deles detona, o outro; para mim, entretanto, creio que o entendimento,
do primeiro levou-me, automaticamente, ao segundo.
É claro que tanto um quanto o outro, pode nos trazer certos
problemas; quem, como eu ─ por exemplo ─ tenta escrever, faz-se necessário um
esforço enorme para “empacotar” certos assuntos pois as inter-relações de tudo
com tudo, se faz presente, até na utilização de uma simples, palavra.
Entretanto, as vantagens, de certo trabalho, com ambos, são
imensas; particularmente, a que mais me agrada é a seletividade de informação ─ não é qualquer coisa que penetra com
facilidade, em meu campo mental; não é uma mensagem, uma manchete de jornal ou
revista, um comentário qualquer, que tem livre acesso sem antes ser bastante,
pesquisado/analisado ─ olhado na
totalidade que me é permitida, pois o conhecimento sobre este ou aquele
assunto, não é nunca, abrangente.
A Visão Holística é tão fantástica que ela chega quase a
confundir-se, com nossa intuição; ou talvez, melhor dizendo, nossa intuição nos
leva, automaticamente à Visão Holística quando, principalmente, detectamos no
tom da fala, nas expressões faciais a desconexão entre o que está sendo dito e
o que está, realmente, sendo pensado.
Esse é um ponto muito favorável em avaliações políticas e
midiáticas, entre outras.
A Visão Holística e o Pensamento Holístico são “ferramentas”
prioritárias para a derrubada de concepções ultrapassadas; para a eliminação de
todo e qualquer tipo de preconceito e visões, distorcidas.
Antes de encerrar, gostaria apenas de dizer que, dentro do
campo científico, mais especificamente, é usado, em substituição a Visão
Holística e Pensamento Holístico o que é denominado de Visão Sistêmica e Pensamento
Sistêmico, unicamente pela razão de que nada está isolado ─ tudo faz
parte de um sistema, que faz parte de um sistema maior, que faz parte de um
sistema maior ainda; provavelmente ─ ad infinitum!
Para o campo cientifico, esses dois termos oferecem muito
maior amplitude de entendimento; entretanto, nesses próprios termos está,
claramente delineada, a questão ─
Holística!
Bem, espero que tenha conseguido, em parte, responder ao primeiro
questionamento do Sílvio; apesar da simplicidade e pouca profundidade
conceitual, o caminho da descoberta e entronização da questão holística, em
minha estrutura mental, aconteceu exatamente, dessa forma.
Não saberia dizer o quanto os átomos e as partículas
subatômicas ─tratados por mim como: entes
quânticos ─ formadores desta estrutura física, auxiliaram nesse entendimento;
creio que esse é um fator determinante.
Dependendo das experiências que trouxeram gravadas, para este “estágio”
atual, provavelmente então, em qualquer questão, essas experiências vão “criar”
um campo de entendimento bem mais favorável.
─ algum erro detectado, por favor nos informe.
EgoCíência e SerCiência ─ Ensaio
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