terça-feira, 24 de setembro de 2013

EM DEFESA DO BRASIL



Faz algum tempo que venho sentindo necessidade de escrever algo, a favor do Brasil.
Uma entrevista assistida, semana passada, com uma jornalista “especializada” em economia, que serve a duas mídias capitalistas/neoliberais alertou-me, mais ainda, dessa necessidade.

Entretanto, o que me fez tomar a decisão foram as dezenas de postagens, no face, logo após a sessão do Supremo Tribunal Federal ─ mais especificamente, após o voto do Ministro Celso de Mello a favor dos embargos infringentes, na Ação Penal 470.
Não imaginei que algumas pessoas que considero possuidoras de recursos analíticos de bom nível, pudessem postar coisas envolvendo, tão negativamente, o Brasil.

Na entrevista citada, a jornalista disse “O Brasil é racista”.
Nas postagens do face, tínhamos coisas como: “Brasil Corrupto”; “Brasil, País de m escrito na íntegra. Foram várias postagens colocando o Brasil como foco dos comentários.

Antes de iniciar, procurei por figuras de sintaxe em que tais comentários, se encaixassem. Como não sou expert, fiquei entre duas delas, sem conseguir decidir; entretanto, busquei pelo termo falácia que utiliza algumas figuras de linguagem; consegui fazer um link, entre esse termo e os diversos usados pelo sistema midiático, tal qual àquele da jornalista ─ “O Brasil é racista”.
Vejamos definições de falácia:

falácia1
fa.lá.cia1
sf (lat fallacia) 1 Qualidade de falaz. 2 Engano, logro, burla. 3 Sofisma.

falácia2
fa.lá.cia2
sf (de falar) Ruído confuso de muitas vozes.

 Esse link ─ que pode não estar certo, em termos de linguística ─ justifico-o, por considerar as argumentações midiáticas, em sua grande maioria, caminho fácil para a persuasão pois os menos antenados, consideram comentários, argumentos, proposições, feitos pelas mídias,  como verdadeiros; assim, o Brasil passa a ser exatamente aquilo que é proposto, negativamente, através da utilização de falácias, neste caso específico, um Sofisma, posto ser utilizada ─ a falácia ─ com finalidade de confundir.
Os outros comentário postados ─ felizmente a maioria dos mais deprimentes, não pertencentes aos componentes diretos da rede que estou e sim, compartilhados apenas como exemplo de total incapacidade de discernimento ─, esses outros, repito, encaixo-os em outra definição de falácia (de falar):  ruído confuso de muitas vozes.

E por que tomei a liberdade de encaixá-los, assim?
Simplesmente por representarem exatamente isso: ruído confuso de muitas vozes; não expressam pensamento legítimo; expressam remendos de vários, adotados de diversas fontes e postados com a ilusória sensação de ineditismo, de máxima perfeição intelectual; um verdadeiro ctrl c/ctrl v, de nulidades.

Ao tentar fazer uma defesa do Brasil ─ País, sinto desconcertante ineficácia minha para fazê-lo de forma exemplar, não deixando dúvidas, quanto a ela; mesmo assim, a intenção é a mais pura.
A intencionalidade de culpabilidade do País, por acontecimentos derivados de meios políticos, sociais e outros, é extremamente perniciosa. Pouco a pouco, ano após ano, esse tipo de comentário foi/vai minando o discernimento de grande maioria da população; o País vai se se tornando alvo de piadas, de descaso tornando-se, inclusive, vulnerável a comentários internos e externos, que minam sua credibilidade.

Seu povo, o povo brasileiro não o defende; muito pelo contrário; eles empregam o jargão midiático, culpando o Brasil mantendo, dessa forma, o(os) verdadeiro(s) culpado(s) por qualquer situação, incólume(s) isto, claro, se for da vontade midiática.
É primário saber que o País, qualquer país não tem culpa por ações desempenhadas por seus governantes, por seus partidos políticos enfim, por qualquer instituição; afinal um País é, em primeiríssima instância, uma região geográfica; daí o absurdo das inúmeras culpabilidades impostas, no caso, ao Brasil, mesmo que alicerçadas em figuras de linguagem.

Esse jargão midiático ─ assumido quase em plenitude pelos menos antenados ─ existe para salvaguardar a “integridade” de seus representantes perante o próprio sistema capitalista/neoliberal e/ou instituições do País.

O Brasil é o País que mais consome agrotóxicos.
Não seria mais interessante e verdadeiro dar essa informação, assim:

Megacorporações do setor de agrotóxicos têm facilitada a colocação de seus produtos, em território brasileiro.

Sabe quando mudariam as manchetes? Nunca!
A primeira, “culpa” a região geográfica ─ País ─, como se fosse ela a tomar decisões sobre usar ou não, agrotóxicos.

A segunda, traria alerta de que alguma instituição estaria facilitando o uso indiscriminado, de agrotóxicos.  Poderia, ainda, despertar curiosidade em saber quais são essas megacorporações; despertar curiosidade em saber quem autoriza entrada/utilização desses produtos e mais, saber quem são os lobistas, desse setor, dentro do Congresso Nacional.
Olha que leque de pesquisas seria aberto, aos mais curiosos!

Qual das duas, acima,  você consideraria mais correta?

O Brasil é um País sem memória.
Não vejo como uma região geográfica possa ser culpada de não ter memória histórica.

Instituições brasileiras não cumprem o papel de preservar e divulgar fatos históricos, do Brasil
Essa seria a manchete que informaria a verdade e, nesse quesito específico, também o sistema midiático capitalista/neoliberal cumpre a sua função perante o Sistema, lembrando sempre apenas momentos do País que foram/são de interesse, do mesmo. Fora isso, tudo fica jogado às traças.

Poderíamos enumerar milhares de exemplos; não creio ser necessário e tampouco, eficaz; com esses colocados já é possível perceber a razão de minha profunda indignação pela forma como o Brasil é tratado.
Todo País como ─ região geográfica ─ merece respeito mesmo porque, indevidamente, o Planeta foi dividido e cada pedaço usurpado, de seu todo, recebeu denominação e domínio por exclusiva vontade do animal humano.

Nenhum País como ─ região geográfica ─ no mundo, tem culpa pelos desmandos cometidos em seu nome.
Assim, considero prioritário defender o Brasil desse tipo de jargão alienante; enquanto não se tornar realidade o belíssimo sonho de John Lennon ─ exposto em sua música ─Imagine, quando as partes usurpadas, do todo, voltarem a se unir, sem fronteiras ─, precisamos demonstrar Amor e Respeito por esta belíssima REGIÃO GEOGRÁFICA!

BRASIL, NADA E NINGUÉM TEM O DIREITO DE OFENDÊ-LO!

Vou tomar a liberdade de trazer uma pequena parte do poema de Rui Barbosa ─ Tenho vergonha de mim, como preâmbulo aos comentários finais, deste.

Tenho vergonha de minha impotência, de minha falta de garra...
em defender o Brasil.

E tenho pena, muita pena do povo desta maravilhosa região geográfica, deste PAÍS, que ainda não conseguiu abrir os olhos para enxergar o outro lado das verdades que nos querem fazer acreditar!
Tenho pena, muita pena deste povo que ainda segue o berrante que direciona a boiada, tocado pela mídia capitalista/neoliberal que quer, a todo custo, empurrar o País, ladeira abaixo.

Tenho pena, muita pena de nós, povo brasileiro por não conseguirmos dimensionar, com clareza ─ sem as armadilhas da parcialidade ─ as verdadeiras e necessárias mudanças a serem propostas por nós, para benefício do País e das próximas gerações.
Mas apesar de tudo, confio que em algum momento, nos tornaremos realmente um povo diferente, evoluído, consciente e faremos do Brasil o que alguns grandes pensadores e videntes, pressagiaram!

Maria ─ Estrela Lunar Amarela

─qualquer erro detectado, por favor, nos informe.

 

 

 

 

sexta-feira, 13 de setembro de 2013


Postando hoje o Espaço 10 ─ Consciência, do livro EgoCiência e SerCiência ─ Em busca de conexões quânticas. Virá todo em itálico.

 
ESPAÇO  10   CONSCIÊNCIA 

Abordar um assunto tão “impalpável” como o é a Consciência, é algo extremamente delicado; precisa ser tratado com profunda seriedade justamente pela dimensão que tem.
Antes de entrarmos na tentativa de buscar subsídios para propor possíveis respostas às duas questões levantadas no Espaço 4, algumas coisas precisam ser vistas.

Particularmente creio que abusamos, demasiadamente, de termos como consciência e consciente.
Em medicina, quando é usado o termo inconsciente em relação a algum paciente, isto quer dizer, resumidamente, que esse paciente não apresenta funções cerebrais totalmente ativas e quando, nos casos em que essa “desativação” das funções cerebrais  sofre reversão, então se diz que o paciente recobrou a consciência.

Assim, consciente e consciência, para a medicina, são palavras atreladas ao conceito de “estrutura/funções cerebrais ativas”; é assim que entendo a utilização dessas palavras na área médica, pois as palavras inversas inconsciente e inconsciência  designam o estado contrário  “estrutura/funções cerebrais desativadas”. 
Outras  aplicações das palavras consciência e consciente, normalmente nos remetem a algo mais parecido com conhecimento no aspecto de ser esclarecido a respeito de algo, saber sobre algo, ser informado sobre algo, envolvendo, em última instância,  a área de aprendizado e/ou informação; assim, conhecimento implica saber e aí ouvimos frases como:  fulano é consciente disto ou daquilo; sicrano tem consciência desse fato, ambas referindo-se, na grande maioria das vezes,  a algo que é de conhecimento de fulano ou de sicrano.

Dissemos, no 1º parágrafo, que abordar um assunto tão “impalpável” como o é a Consciência é extremamente delicado.  Temos que ir além do “impalpável” e chegar ao que realmente creio ser a Consciência Abstrata.
Pensar o Abstrato é inútil e vão, além de impossível, pois não haverá condições de expressarmos, coerente e logicamente, a resultante de qualquer pensamento a respeito dele e o substrato do Abstrato, é barrado pela própria lógica, tal qual a conhecemos. Creio, particularmente, que é preciso deixar que o Abstrato nos absorva e acredito que a única forma de termos algum contato com ele e permitir sermos absorvidos por ele é exatamente o Não Pensar. Quando, através do silenciar do pensamento, através do Não Pensar, “concebemos” o Abstrato, ele “incorpora-se” em nós, somos absorvidos por ele e a sensibilidade dele, passa a ser o cerne da existência, mesmo que a respeito dele nada possa ser dito, em simples palavras, mesmo por ser, a “incorporação” do Abstrato, algo individual, exclusivamente de cada Ser, em sua estrutura quântica.

Carlos Castaneda, em seu livro O poder do silêncio, cita diálogos com dom Juan sobre o espírito, sendo considerado como abstrato; então Castaneda diz: “Dom Juan repetiu que o ponto crucial de nossa dificuldade em voltar ao abstrato era nossa recusa em aceitar que podíamos saber sem palavras ou mesmo sem pensamento” e ainda, estas palavras de dom Juan:  “Já lhe expliquei que não há maneira de falar sobre o espírito, porque o espírito pode apenas ser experimentado.”
Quando conseguimos ter a SENSAÇÃO de algo considerado como Abstrato, que pode ser Deus, o Infinito ou a Eternidade, por exemplo, e através dessa SENSAÇÃO, incorporamos em nossa estrutura quântica a PERCEPÇÃO dele, de um deles, tudo o mais, que é definido por nós como Abstrato, é imediatamente concebido em nossa estrutura quântica. Então, com a SENSAÇÃO/PERCEPÇÃO devidamente “registrada”, em nós, o Abstrato, em sua totalidade, passa a fazer parte de nós; nós o vivenciamos e o sentimos mesmo que nada, absolutamente nada possamos falar sobre ele.

Creio que algo parecido com isso aconteceu comigo em relação a ENERGIA, quando, através daquela “captação” exposta na Parte 3 do 1º volume do EgoCiência e SerCiência;  o Abstrato ENERGIA, “fundiu-se” ao Ente Quântico  e passei a Viver e Sentir o Abstrato sem nada poder definir sobre ele, pois o Abstrato, quando concebido, ultrapassa o racional e o lógico, como os conhecemos e então, apenas o silêncio tem validade maior.
SENSAÇÃO/PERCEPÇÃO. Qual a razão de falarmos sobre elas, neste Espaço dedicado a Consciência?

Lembremos, rapidamente, que no livro 1, foi feita uma diferenciação entre sensação puramente física, aquela que nos faz sentir algo e nesse sentir algo, parte da estrutura física “sente” alguma coisa, um arrepio, uma sensação de calor, de frio, definida por mim como “dissonante”  e a SENSAÇÃO, aquela que, em meu sentir e entender é PURA, ÍNTEGRA, TOTAL  e não dissonante, sendo esta, sua  principal característica. Considerei então, na época que só a SENSAÇÃO seria a responsável pelo “conhecimento” diferenciado; hoje, entendo que além da SENSAÇÃO é necessário a PERCEPÇÃO do que está sendo “informado”, por essa SENSAÇÃO.

Mesmo que essa própria SENSAÇÃO possa nos trazer um conhecimento diferenciado, “instalando-o” em nossa estrutura, creio que será pela PERCEPÇÃO, desse conhecimento, que a chegada, até o nosso nível cognitivo, acontece, ou seja, a SENSAÇÃO é onda portadora da informação/conhecimento codificado; a PERCEPÇÃO  seria responsável pela decodificação, para nossa estrutura “material”,   do referido conhecimento “informado”,   através da SENSAÇÃO.
Precisamos ainda, para podermos ampliar nosso possível entendimento sobre Consciência, lembrar que nesse mesmo livro 1 EgoCiência e Serciência, em sua Parte 4, colocamos em evidência a derivação etimológica da palavra Consciência:  “Etimologicamente, a palavra consciência deriva das palavras Scire (conhecer) e cum (com). Consciência é “conhecer com”. Dissemos, complementarmente: “E se Consciência é conhecer com, poderíamos considerar Consciência como conhecer com SENSAÇÃO, pois, conhecer com SENSAÇÃO, através de Sensação é, para mim, a única forma do conhecimento tornar-se “infuso” no composto Ego-pessoa, favorecendo claro conhecimento que poderá ser considerado “saber infuso” e, dessa forma, não mais esquecido, não mais apagado, na própria estrutura Ego-pessoa.” Agora penso, complementarmente, que quando esse “saber infuso” é decodificado pela PERCEPÇÃO, o circuito se completa e a CONSCIÊNCIA é clara, precisa em relação ao que “chegou” via SENSAÇÃO.

Particularmente, concebo 3 estados de frequência se assim posso dizer da onda CONSCIÊNCIA:
consciência primária:  incorporação cumulativa de hábitos no contexto biosomático de qualquer espécie, inclusive a humana; instinto

consciência intermediária:  mais específica, creio eu, da espécie humana, quando traz para seu “reduto” interior, a concretização pessoal/social e as implicações dessa tomada de consciência perante si mesmo, como Ego-pessoa;

consciência avançada:  re-incorporação de conhecimentos “esquecidos”e posterior vivência desse conhecimento, dando início, paulatinamente, ao re-conhecimento do Ser como realmente existencial e menos dimensionável que o Ego-pessoa.
Consciência, para mim, é a incorporação quântica de todo e qualquer conhecimento,  ultrapassando o simples aprendizado de algo que permanece, em meu entender, apenas na estrura-suporte do racional, pura e simplesmente, sem ser “absorvido” pela onda consciência, o que determina não ter havido ressonância entre o conhecimento e a estrutura quântica, do Ser.

Foi necessário, caro leitor, nos estendermos um pouco antes de tentarmos dar uma resposta à 1ª pergunta do final do Espaço 4 Como uma pessoa se torna consciente de algo?
Será, leitor, que mediante ao que vimos, rapidamente, poderíamos propor que Consciência é conhecer com SENSAÇÃO E PERCEPÇÃO? Admito, particularmente, que a resposta pode ser sim, pois essa forma de conhecer seria, em meu entender, a única a tornar o conhecimento “infuso” na estrutura quântica do Ego-pessoa.

Seria interessante ao leitor, para subsidiar mais sua possível resposta concordante ou não, com a acima exposta reler o ESPAÇO 7 MENTE E CONSCIÊNCIA, do livro 1 EgoCiência e SerCiência. 
A segunda pergunta feita no Espaço 4  é: “E, se várias pessoas se tornam conscientes de alguma coisa, como essa consciência “adquirida”  consegue,  por si mesma, alcançar outras pessoas?” 

A resposta a essa pergunta, admito ser mais fácil de ser proposta, precisamos apenas lembrar que o pensamento, qualquer pensamento de qualquer pessoa, expresso ou não, em palavras, não fica restrito ao pensador, não fica “preso” dentro do composto orgânico humano; ele imediatamente se “difunde” (espalha-se, propaga-se).
Um importante filósofo francês Teilhar de Chardin, nascido em 1881 e que faleceu em 1955, propôs a NOOSFERA que, segundo ele, seria consequência do “nascimento” da NOOGÊNESE– de noos palavra grega para pensamento ,  “nascimento” esse ocorrido quando os humanos começaram a pensar. Na sequência, Vernadsky, geoquímico russo, contemporâneo de Teilhar de Chardin, propôs que a Noosfera poderia ser a terceira etapa evolutiva, prevista no desenvolvimento da Terra.

Muitos estudiosos e até cientistas, debruçaram-se sobre essa questão e atualmente, nos meios esotéricos, principalmente, essa questão já está definida   a Noosfera será, realmente, a próxima etapa de evolução do/no Planeta Terra, e isto em breve.
Então, se um número suficiente de pessoas, através da SENSAÇÃO/PERCEPÇÃO no meu entender e em acordo com o proposto como resposta à 1ª pergunta , torna-se consciente de algo, essa consciência se estende a todos pois, quando adquirimos realmente consciência de algo, começamos a viver e pensar em conformidade com essa consciência infusa em nossa estrutura quântica. Acontecendo isso, claro está que o pensamento, ao difundir-se através do espaço e, atingindo a Noosfera, poderá ser “captado” por todas as pessoas que têm, de alguma forma, “ressonância” com o assunto pensado.

Oxalá, possa ocorrer o mais rápido possível, a difusão de pensamentos de alguns seres humanos em relação a situação emergencial do planeta Terra, da natureza e da humanidade, pensamentos esses da possibilidade de mudanças, muito favoráveis, em função do que é esperado da Era de Aquário, que já está atingindo seu ponto de  “instalação”.  Ao ocorrer esse “milagre”, creio que teremos um espetacular avanço em todos os setores humanos, com novas, saudáveis e até, inacreditáveis mudanças comportamentais, mentais e espirituais, em cada humano e na Humanidade, como um Todo.

OXALÁ!
Maria-Estrela Lunar Amarela
 

 

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Estertores da Hipocrisia



Tudo tende a se agravar, em momentos finais de existência; assim, também a Hipocrisia agravou-se ─ e muito ─, com a inevitável chegada de Novos Tempos, anunciando seu possível final.
Desde quando o animal humano tornou-se “civilizado”, ela nos tem acompanhado fornecendo-nos inúmeras máscaras usáveis, nas mais diversas ocasiões.

A palavra hipocrisia, oriunda do latim ─ hypocrisis e do grego ─ hupocrisis, continua tendo a mesma conotação de máscara, de fingimento, de falsidade só que, saindo do campo teatral ─ inicialmente utilizada, designando as máscaras usadas pelos atores─ e investindo em nosso próprio campo real de atuação tornando-o ─ teatralizado.
Ela foi mais popularizada, creio eu, através da expressão ─ jogo de cintura, tornando seu uso quase “diplomático”; consideramos como elogio quando alguém nos diz que temos um bom jogo de cintura deixando claro, nesse “elogio”, o quanto podemos ser falsos, oportunistas, enganadores portanto ─ hipócritas!

Noam Chomsky, um linguista dos mais renomados, definiu hipocrisia como recusa de “... aplicar a nós mesmos os mesmos valores que se aplicam a outros.”
Está certíssimo!

Apontamos para várias situações alheias, desnudando suas imperfeições, sob nossa ótica, sem que tenhamos um espelho a nossa frente para nos mostrar o quanto estamos ─ igualmente nus. Se bem, que talvez o espelho que falamos, não consiga mostrar isso; ele irá, provavelmente mostrar, deformação; nos enxergaremos cheios de bons atributos pois não é, infelizmente, um espelho mágico que possa refletir nosso interior, não para quem não quer ver.
Para Vitor Hugo, “O hipócrita é um titã-menor.”

Cruzamos diariamente com titãs-menores em casa, no trabalho, nas ruas; os vemos em telas, em noticiários, em comentários, em discursos políticos, em sermões, em sala de aula enfim, onde quer que olhemos e/ou atuemos.
Dificilmente estruturas sociais, religiosas, econômicas etc, deixam de fora, em suas ações a utilização da hipocrisia; o Sistema bem como todas as suas ramificações são inacreditavelmente ─ hipócritas!

Alguns animais humanos ensinam seus descendentes, ainda crianças, a usarem máscaras quando dizem, por exemplo ─ abrace fulano ou beltrana, seja educado com ele/a, senão ele/a não vai mais dar presentes pra você; faça de conta que gosta dele/dela.
O famoso jargão ─ se você não fizer tal coisa não vai ganhar aquilo que quer, provavelmente desenvolverá um adulto que usará de hipocrisia para obter aquilo que quer, fingindo um tipo de conduta que não lhe é peculiar.

O medo é desculpa rotineira, íntima para atitudes hipócritas; medo de perder o emprego, medo de perder amigos, de perder relacionamentos íntimos, medo do julgamento alheio, medo de tomar partido em situações delicadas, medo de perder o status quo social, profissional etc.
Realmente, a partir do momento que sejamos suficientemente capazes de tirar a máscara estamos expostos a todas as ações “predatórias” daqueles que não aceitam verdades; as punições virão; será preciso muita coragem para enfrentar e o Sistema sabe que poucos, pouquíssimos a tem.

Assim o medo, apesar de ser uma desculpa, não deixa de ter sua razão de ser, para a maioria, não é? Como sermos verdadeiros se só nos cobram/exigem, hipocrisias?
A propaganda usa um grau refinado de  hipocrisia;  ela sabe, muito bem, quanto daquilo que alimentam com seu trabalho, traz riscos de vários tipos para o usuário, Natureza e Planeta; nem as crianças estão sendo poupadas por esse setor que estimula, até subliminarmente, excessos de “quereres” ─ quero aquele sorvete que vi na televisão; quero sanduiche do ... que aparece na televisão; quero isso, quero aquilo, aquilo outro etc., tudo que foi devidamente anunciado de forma magistralmente ─ provocante.

Posso estar muito enganada mas me parece que quanto mais civilizado, mais educado é um animal humano, maior é a tendência ao jogo de cintura ─ hipocrisia; pessoas simples, consideradas mais rudes, pelo sistema, talvez recebam essa “classificação” justamente por serem menos preparadas, menos treinadas no uso de máscaras; se elas são malandras, todos ao seu redor o sabem; se são perigosas, todos ao seu redor o sabem, a comunidade em que vivem, sabe.  É claro que entre elas há os chamados, vulgarmente ─ 171; mas esse tipo existe aos milhares em qualquer escala social e, em praticamente todos os setores religiosos, econômicos, políticos, midiáticos, etc.
Em nosso País, ultimamente, temos centenas de comprovações de hipocrisia; nos tribunais, por exemplo, condenam alguns em midiático julgamento enquanto outros, tão culpados quanto, tem seus processos ardilosa e oportunamente ─ “engavetados”.

Haverá maior hipocrisia do que o voto secreto, abertamente utilizado no Congresso Nacional?
E a hipócrita mídia capitalista/neoliberal torcendo, ardorosamente, contra o País, usando de todas as máscaras que o sr. Mercado ─ patrão inquestionável de todas ─ lhe fornece? Para ela, diariamente, o Brasil está indo de mal a pior, enquanto não tecem comentário algum sobre inúmeros outros países em situação crítica em função de ações que nosso País tenta, desesperadamente, não adotar em plenitude, aqui; daí expressões como intervenção governamental.

A insatisfação dos investidores é sempre motivo de comentários frequentes, justamente por estarem mamando menos, nas tetas, isto em função de regulamentações ainda tímidas, mas não aceitas, por eles. Aí, intervém o Sistema, o sr. Mercado, provocando e/ou instigando turbulências afirmando com isso algo parecido com: ou o governo dança conforme a música proposta por nós ou então, nós mudamos radicalmente a música e o País vai dançar, literalmente.
Bem recentemente, vimos a tremenda hipocrisia de parte da classe médica em relação ao Programa Mais Médicos, opondo-se com garras afiadíssimas aos profissionais cubanos que chegam para ir a lugares que nenhum médico brasileiro, quer. Sabemos o que realmente existe, por trás disso.

E a hipocrisia se alastra, infelizmente, mundialmente; agora, temos novamente a hipocrisia da chamada Intervenção Humanitária ─ que, de humanitária não tem absolutamente nada ─ na Síria. Temos ainda fresca na memória a intervenção no Iraque, amplamente difundida como recurso máximo ao suposto arsenal nuclear que o país, teria. Hoje, todos sabem ─ os que acreditaram ─ que foi “equivoco”, um pequeno erro de análise dos experts; não havia, realmente, questão nuclear citada, comentada, difundida como motivo da invasão ao país. Entretanto, a destruição do Iraque foi real; milhares e milhares de inocentes (supostamente protegidos pela Intervenção Humanitária, originariamente alardeada) morreram, sem nem saber a razão verdadeira.
Não podemos e nem devemos nos esquecer do Afeganistão e Líbia, sempre com a mesma desculpa de resguardar a população civil.

Assim segue o Sistema, no contexto acima ─ primeiro destrói, para beneficiar a indústria bélica e defender interesses vários e depois, vem a fase de reconstrução quando então, outras grandes componentes do Sistema, do sr. Mercado colhem as benesses, da ruina.
É uma pena que com tudo bem claro, ainda há pessoas que acreditam no que diz/comenta o porta-voz oficial do sr. Mercado ─ o Sistema Midiático Capitalista/Neoliberal, que endossou/endossa a maléfica hipocrisia comentada nos parágrafos, acima.

Mesmo com tudo que se descortina, aos nossos olhos, não perco a confiança na Nova Era; não sei quanto tempo ela necessitará para arrancar todas as máscaras ─ inclusive as nossas, de cada dia ─; mas ela está mostrando aqui, ali, acolá que já chegou e, de uma forma ou de outra, por caminhos menos conflituosos ou não, serão desnudadas todas as artimanhas, todas as hipocrisias, sejam elas quais forem e aninhadas, onde quer que estejam.
Acredito nisso, apesar de muitos considerarem visão ─ utópica.  Assim creio, por saber que nada é para sempre; em algum momento, de uma forma ou de outra, as coisas mudam.

Na questão específica, deste post, espero que a mudança seja positiva; que nós, animais humanos passemos a nos enxergar como totalmente responsáveis pelos nossos atos e/ou omissões; é uma forma correta de deixarmos morrer a hipocrisia e invertermos nossa maneira de ser e fazer, em favor da própria vida, da Natureza, do Planeta.
Se não o fizermos, a Vida saberá o que fazer.

Encerramos este, com um pensamento de Einstein, profundamente verdadeiro:
“A vida não dá nem empresta; não se comove nem se apieda...

Tudo quanto ela faz é retribuir e transferir, tudo aquilo que nós lhe oferecemos.” (negritos da autora deste)

 Maria ─ Estrela Lunar Amarela

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