Para quem não é um expert
no assunto ─ POLÍTICA, resta somente expor conclusões de vivências e,
análises de fatos; de vivências e fatos tratará este, com olhar sobre o Brasil,
mais especificamente.
Entretanto, gostaria de dizer que percebi, em pequenas
incursões passadas, na história da política que Maquiavel venceu fácil, fácil
Platão; este, nascido em 428 a.C., aventurou-se a propor um governo de sábios,
de filósofos que priorizariam o bem-estar social; Maquiavel ─ 1469-1527 ─, tido
como fundador do pensamento e da ciência política, considerou o Pensamento de
Platão totalmente ─ Utópico; infelizmente, ele estava certo.
Maquiavel foi, ele mesmo, um político; assim, quando escreveu
o Príncipe
em 1513, o fez totalmente baseado em suas próprias experiências, como tal. Como
teve por “ídolo” nada mais, nada menos que César Bórgia, filho do papa
Alexandre VI ─ uma das mais terríveis figuras da história ─, a
visão/experiência/vivência política dele, Maquiavel, só poderia expressar a
essência política da época que, a bem da verdade, tornou-se a mesma, desde a
publicação do Príncipe, claro que, com importantes aperfeiçoamentos quanto a
forma de poder, que ela, exercida por políticos, tinha.
Particularmente, vejo como uma das grandes assertivas, de
Maquiavel, considerar que os seres
humanos querem obter, sempre, os maiores ganhos com o mínimo esforço.
Alguma diferença de 1513 para 2014, em relação ao acima?
Já Aristóteles, tinha razão quando disse que somos “animais
políticos”, pois a política, em sua essência, pode ser entendida como forma de
convivência, do animal humano, com seu entorno social ─ seja ele, qual for.
Inúmeros filósofos e pensadores, deram conhecimento àquilo
que pensavam sobre Política; é vasto
e frutífero o panteão de nomes; não tocaremos nele, neste.
O grosso da população, entretanto, entende política sempre
associada aos que ela tem, por obrigação, eleger em períodos eleitorais; fora
isso, a visão se torna turva; não funciona, não vai além; para essa grande
massa o político é a única
interpretação/entendimento que ela tem de Política.
Essa visão exposta acima, infelizmente, é a predominante em
nosso País, até mesmo por fator cultural.
Parágrafos acima, dissemos que a Política tinha, uma forma de poder exercida
pelos políticos; qual a razão de ter usado o passado do verbo ter?
Simplesmente porque assim, é; se até tempos relativamente
recentes, políticos poderiam se dar ao luxo de ostentar algum pensamento próprio
em como governar e para quem hoje, isso não é mais verdadeiro.
Digo que isso é recente, em razão de 2 fatores, interligados
─ Globalização e introjeção/divulgação
dessa nova forma de poder pelos sistemas midiáticos.
A Globalização da forma como é conhecida, hoje, passou a se
tornar forte no final da década de 80 estendendo-se. daí para a frente, como
força global.
Ela tomou para si a incumbência de “implantar” as decisões do
Consenso de Washington composto, em síntese, por 10 regras ─ que são a cartilha
dos neoliberais ─ das quais vamos citar apenas 3.
─ Abertura Comercial
─ Privatização das Estatais
─ Desregulamentação (afrouxamento das leis econômicas e
trabalhistas).
Ela, a Globalização, precisou fazer-se conhecida do grande
público, preferencialmente enfocada como verdadeira panaceia econômica; quem
fez esse trabalho, claro, foi o sistema midiático capitalista/ neoliberal.
A Globalização assassinou qualquer ideologia contraria a
dela; começou o desmantelamento do que se pode chamar de política
social/cultural dos países em desenvolvimento, de forma especial; impôs pensamento global ao invés de
local ou seja, procurou desmantelar, também, qualquer tendência nacionalista já
que isso poderia impedir que seus planos, em relação a cada país de interesse,
fossem bloqueados.
Uma grande parte de partidos políticos, tanto do Brasil
quanto de outros países, foram cooptados ─ talvez alguns, até “comprados” ─ por
promessas de poder vinculadas à adoção, em cada país, das regras estabelecidas.
O primeiro político brasileiro a defender ardorosamente a
Globalização ─ e o neoliberalismo, é
claro ─ e ser beneficiado com as benesses do Sistema, por sua total submissão
ao disposto, foi Fernando Henrique Cardoso; seguiu, ao pé da letra, as regras
globalizantes; por essa razão, é venerado, jamais esquecido e, defendido pelo
sistema midiático, bem como o próprio partido, criado por ele ─ PSDB.
Assim, politicamente falando, podemos concluir a grande
dificuldade em se pensar em modificações políticas, no Brasil; estamos
testemunhando, a olhos vistos, que o Sistema não quer qualquer possibilidade de
uma coesão social, em favor do País; não quer qualquer governo que tente,
palidamente, desconsiderar determinadas regras/ordens impostas por ele ─ SISTEMA!
A possível coesão social também está sendo profundamente
abalada por outro braço, do mesmo Sistema ─ os credos periféricos; eles, mais precisamente desde 2010, estão
tentando e, quase conseguindo, criar um clima de profunda divisão social, de
profunda desunião, de profunda intolerância social.
Infelizmente, já se infiltraram, na vida pública
brasileira, mantendo uma bancada totalmente retrógrada.
Estamos vivendo um clima de política intervencionista exercida pelo Sistema, pelo sr. Mercado e
pelo sistema mídia capitalista/neoliberal.
Qual a condição da sociedade brasileira reverter isso, antes
que seja tarde demais?
Primeiro é preciso responder se existe ou não, uma verdadeira
sociedade brasileira; segundo,
precisaríamos analisar que meios utilizar para uma convocação de parte dessa
sociedade, no sentido de um grande movimento em favor do Brasil e das inúmeras
mudanças que ele precisa para, realmente, tornar-se um País minimamente livre
de interferências/ingerências internacionais ─ e, até mesmo, nacionais ─ de
cunho negativo e, dominador.
Semana passada fiquei entusiasmada com a criação ─ através de
Decreto 8.243/2014 ─ da Política Nacional de Participação Social
─ PNPS
que claro, já está sendo duramente criticada por oposicionistas e pelo
sistema midiático, inclusive com tentativa do Congresso de barrar esse Decreto;
entretanto, creio que é uma possibilidade de começarmos a criar grupos de
debates realmente sérios, com avaliações e sugestões, idem.
É inacreditável as
distorções que
vemos; até tempos atrás, sistema midiático e opositores do governo afirmavam
que as recentes mobilizações expressavam, também, a indignação do povo por não
ter a devida atenção, por não ser ouvido pelos governantes com enfoque, é
claro, mais potente, da mídia e opositores, sobre governo federal.
Agora que um canal foi
aberto, de forma mais ampla e, organizada, tanto a mídia quanto os opositores
estão fazendo de tudo para invalidar esse Decreto!
Apesar de toda a realidade exposta neste post, ainda sou
teimosamente esperançosa de uma grande revolução social de ─ IDEIAS/AÇOES ─, a favor do Brasil; ele
merece toda nossa atenção, cuidado e respeito.
Essa ideias e ações deverão ter tudo a ver com a tão esperada
Reforma Política, com a questão educacional, com avaliação profunda da atuação
do sistema midiático, em nosso País; essas três proposições são, a meu ver, o
básico do básico para lançarmos as sementes de um BRASIL DO SÉCULO 21!
Deixo, abaixo, dois pensamentos de Paulo Freire que sempre
mantive bem próximo da mente e, aninhados em meu coração.
Ai daqueles que pararem com sua capacidade de sonhar, de
invejar sua coragem de anunciar e denunciar. Ai daqueles que, em lugar de
visitar de vez em quando o amanhã pelo profundo engajamento com o hoje, com o
aqui e o agora, se atrelarem a um passado de exploração e de rotina.
Se, na verdade, não estou no mundo para simplesmente a ele me
adaptar, mas para transformá-lo; se não é possível mudá-lo sem um certo sonho
ou projeto de mundo, devo usar toda possibilidade que tenha para não apenas
falar de minha utopia, mas participar de práticas com ela coerentes.
Maria-Estrela Lunar Amarela
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