A cada 4 anos, temos um surto de patriotismo.
É como se o País só existisse, para a maioria do povo
brasileiro, em épocas de Campeonato Mundial de Futebol; bandeiras são
requisitadas; o hino nacional é ouvido com extrema sensibilidade.
Vivenciamos essa sazonalidade patriótica, em nosso
próprio território brasileiro; hoje, passados os momentos mais eufóricos e, em
função do acontecido com a seleção brasileira, muitas bandeirinhas já podem ser
encontradas nos lixões das cidades; outras, foram queimadas em plena rua.
É, praticamente, a única ocasião em que a mídia
capitalista/neoliberal não avacalha com o patriotismo, com o nacionalismo; o
Sistema deixa fluir suavemente pois sabe que é passageiro; há muito já fez a
maior parte do trabalho de desnacionalização; agora, basta
manter os resultados desse trabalho em países que foram mais facilmente
cooptados, por ele.
É interessante como os adjetivos patriótico e nacionalista,
passaram a ser pejorativos; defender o país, defender a nação passou a ser
antiquado, demodê.
O trabalho de desnacionalização teve empenho
redobrado, após os primeiros ensaios da Globalização; até na nominação dessa
“teoria” de dominação, os experts do capitalismo, acertaram em
cheio.
O Mundo é Global e
isso, quer queira, quer não, teve/tem impacto favorável.
O processo de globalização que poderíamos chamar de natural, teve início séculos e séculos
atrás; entretanto, após Consenso de Washington, os experts do Sistema
Capitalista, devem ter pressentido que para impor o neoliberalismo e o
fundamentalismo de livre mercado era preciso vender a ideia de Globalização de uma forma bem mais
atraente.
Ardilosamente lançaram a rede globalizante; pouquíssimos
entenderam a lógica utilizada pelo Sistema.
Das 10 regras principais do Consenso de Washington, acima
citado, quatro delas podem ser mais facilmente entendidas; são elas:
─ abertura comercial;
─ investimento
estrangeiro com eliminação de restrições;
─ privatização de estatais;
─ desregulamentação (afrouxamento das leis econômicas e
trabalhistas)
Observação: negritos
da autora deste.
Em 1989, o que foi determinado no Consenso de Washington,
tornou-se política oficial do Fundo Monetário Internacional ─ FMI.
Alcançada a primeira meta ─ Promover a Globalização como
maravilhosa panaceia principalmente para países em desenvolvimento ─ seria
necessário que o maior número possível de países passasse a ser,
paulatinamente, desnacionalizado; “privatizar” governos, privatizar partidos apenas,
não seria o suficiente isto, para que venha a ter sucesso a ideia acalentada de
─ GOVERNO ÚNICO, GLOBAL.
Não bastava impor aos países em desenvolvimento a “cartilha”
com os novos ditames do Sistema, era necessário ─ creio que assim pensaram ─ desnacionalizar o próprio pensamento
social que ainda, apesar de tudo, mantinha alguns componentes patrióticos,
nacionalistas ─ saudáveis.
Na etapa acima, entrou o parceiro ideal do capitalismo
neoliberal ─ o sistema midiático.
Em relação ao nosso País, mais especificamente, o Sistema
capitalista/neoliberal, foi totalmente vigente, dominante durante os oito anos
de governo do PSDB tendo, como presidente, FHC; esse governo teve como pontos
prioritários privatizações de diversas empresas estatais ─ algumas delas de
enorme interesse geopolítico ─; sucateamento das forças armadas; fechamento de
diversos Cursos Técnicos; achatamentos salarias; ações que facilitaram
privatização, em parte, do Sistema Educacional Brasileiro, etc.
Abaixo, damos 3 endereços; o primeiro, informa sobre a “institucionalização”
da nova ordem capitalista; o segundo, para pesquisas mais profundas sobre
privatizações, é do BNDS; o terceiro, incluí comentários, sobre.
É triste pensar que grande parte dos políticos em atuação, no
Brasil, estão desnacionalizados bem
como, seus partidos; o ponto predominante de atuação, deles, o Congresso
Nacional, está minado de desnacionalizados a serviço de megacorporações
internacionais atuantes em várias esferas do capitalismo neoliberal; o País,
para a maioria deles, é um verdadeiro balcão de negócios; os projetos
apresentados/votados em sua maioria, são de maior interesse do capital e não do
País e sociedade. Essa é uma das razões da rejeição de Projeto de Mobilização
Social na vida política, do País; eles não querem interferência alguma em seus
desmandos; querem permanecer como sempre, livres de pressão popular; para eles,
do Congresso Nacional, tal como ocorre nas câmaras estaduais e municipais, o
único interesse que existe em relação ao povo brasileiro, é no voto do tão
proclamado e festejado “cidadão
brasileiro”, em períodos eleitorais; fora isso, nos querem totalmente
distantes, o mais longe possível de seus “centros” de comando.
Em total consonância com o projeto de desnacionalização, o
sistema midiático capitalista/neoliberal exerce sua influência negativa sobre
os mais desavisados, pautando o Brasil como um País a beira de uma catástrofe;
clamando pelo “novo” que precisa vir para permitir ao país a abertura total
para o Mundo, sem intervencionismos
governamentais que dificultam a liberdade de mercado almejada, sempre, pelo
Sistema.
É difícil até falar sobre isso, pois a maioria das pessoas,
imediatamente, costumam inverter o conteúdo real, lançando-o para o campo
político/eleitoral; a maioria não consegue ampliar horizontes críticos que
abranjam não só as questões nacionais quanto as internacionais.
Talvez o grande entrave ─ além do desinteresse da maioria das
pessoas em buscar maiores informações ─ para essa ampliação de visão, seja a
descrença, da maioria, de que as coisas que nos apresentam têm conotação complementar
muito mais séria, decisiva e importante sobre o próprio País e sociedade; nos
acostumamos demasiadamente com nossa vida diária, preocupando-nos, única e
exclusivamente com nosso bem-estar econômico, com o que temos e/ou desejamos
ter; não nos interessamos por quase nada que não seja aquilo que nos afeta, de
imediato.
Enquanto assim vivemos, a Rede Globalizante vai se tornando
cada vez mais forte e mais “invisível” impondo, sistematicamente, seu domínio
sobre países e sociedades mais vulneráveis aos ditames do que é apregoado pelas
grandes corporações de comunicação de massa, termo hoje
atualizado para sistema midiático, que continua sendo sistema de doutrinamento
de massa, como sempre foi, na velha ou nova ─ terminologia.
Tenho certa esperança que algumas pessoas que acompanharam,
durante meses, a campanha feroz das mídias em relação à Copa do Mundo, possam
agora, independentemente da atuação da Seleção Brasileira, constatar que NADA, absolutamente Nada do que, ardilosa e abertamente
preconizavam ser possível acontecer de ruim, de péssimo, felizmente não
aconteceu e, que essa comprovação de desconcertante manifestação midiática,
alerte-os quanto a tudo que esse sistema costuma “informar”.
Em isso ocorrendo ou seja, passarmos a buscar mais
informações além das que nos são precária e enviezadamente dadas pelas mídias,
poderemos nos tornar mais patrióticos; poderemos nos tornar uma sociedade
realmente atuante em relação ao próprio destino do País, buscando informações,
participando de discussões que deverão ser feitas em relação às mudanças necessárias
do sistema político/partidário, de forma especial; poderemos atuar diretamente
nas câmaras municipais, estaduais exigindo transparência e conhecimento dos
projetos que por lá transitam para que possamos avaliar, neles, o que é
favorável ou desfavorável ao munícipio e estado.
Essa mesma atitude deverá ser prioritária em relação ao
Congresso Nacional afinal, somos nós que votamos em quem lá faz juramento de
atuar em favor da Nação e seu povo; ao fazê-lo temos o direito de saber se daremos aval ou não, aos projetos que
envolvem o País e a sociedade.
Em suma, agindo dessa forma, não seremos desnacionalizados, como sociedade e, tampouco, deixaremos que a
Nação, como um Todo, o seja.
Maria-Estrela Lunar Amarela
─ detectado
algum erro, por favor, nos informe.
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