quinta-feira, 18 de setembro de 2014

PORQUE VOU VOTAR EM DILMA

 

ALGUMAS VEZES, A MELHOR OPÇÃO, EM MOMENTO DE MAR REVOLTO E FORTE TEMPESTADE, NÃO É TROCAR O TIMONEIRO E SIM, REUNIR ESFORÇOS, AJUDANDO-O A VENCÊ-LA.

No exato momento que abri novo documento e, antes mesmo de escrever o título, a frase acima irrompeu, por inteira, na minha cabeça; como veio, ficou; nada foi alterado em relação a ela, isto porque, quando algo assim, acontece, prefiro não intervir.

Bem, agora vamos realmente ao assunto, deste.

Comprometer-se com o que possa derivar do voto, é algo que ainda a maioria não o faz e aí, culpa todos e tudo, se algo não dá certo; mas fica de fora e não assume sua parte.

É pensando assim que resolvi abrir minha consciente opção para esta eleição de 2014 que considero, uma das mais sérias que já tivemos, até o momento; no decorrer, quem ler vai saber a razão de assim a considerar.

O primeiro motivo é bem mais pessoal; não se relaciona ao pensamento amplo de País e sociedade pois diz respeito a minha profunda admiração por uma mulher ─ que como outras mais ─ enfrentou, nos porões da ditadura, os mais cruéis e indesejáveis açoites, tanto físicos como mentais, honrando o compromisso assumido de não DELATAR seus companheiros de luta; pessoas com essa performance tem capacidade de assumir e cumprir difíceis compromissos que, a maioria, prefere delegar a outrem.

Em relação ao Brasil e sociedade, o primeiro e mais importante motivo de ter declarado o voto é justamente perceber o intenso trabalho de tentativa de expungir Dilma, trabalho esse que tem, na mídia capitalista/neoliberal, seu principal indutor seguindo, é claro, ordens do Sistema e do sr. Mercado; aprendi ─ e venho percebendo há mais de 35 anos ─ que toda pessoa, empresa, ideia, governo e País, que esse sistema midiático reprova, condena representam algum “perigo” para o status quo; passam, então, a ser  fortemente bombardeados de forma até mesmo desonesta, cruel pelo status quo do Sistema capitalista/neoliberal. Por já ter visto isso, inúmeras vezes, até mesmo internacionalmente ─ lembram da guerra deflagrada contra o Iraque justificada por uma MENTIRA que foi sistematicamente defendida pelo sistema midiático internacional/nacional? Esse foi apenas um caso dentre vários e vários outros.

No caso de algumas empresas, mais especificamente, o rebaixamento, a intensa campanha por denigrir sua importância, perante a sociedade, tem a intenção de colocar, essa mesma sociedade, a favor de uma possível privatização, dela, por exclusivo interesse do sr. Mercado em sua potencialidade; já vimos isso, no passado, em mais de uma oportunidade.

Outro motivo, que me fará votar em Dilma, é exatamente aquilo que a maioria política e mídia, estão radicalmente contra ─ o Decreto 8243 que institui a Política Nacional de Participação Social ─ PNPS ─, disponibilizado ao final deste, para análise.

Creio que a maioria lembra que, em 2013, após os movimentos sociais que eclodiram no País, inicialmente de forma ordeira, pacífica levaram a Presidenta a propor um Plebiscito com vistas à Reforma Política; o Congresso não deu autorização, para ele.

O Decreto 8243, também está ameaçado, e muito!

O que está por trás dessas duas atitudes do Congresso, principalmente, é o receio imenso de que grande parte da população venha a opinar por uma Reforma Política de grande amplitude e, temida, por eles; o status quo político, pretende que a população só se envolva, com ele, quando de eleições; fora isso, teme uma maior aproximação que venha a lhe impor atuação diferenciada da costumeira, antiga e mofada, tão radicalmente defendida, por ele.

Como tenho esperança de que as ações decorrentes desse Decreto possam vir a delinear uma sociedade de fato e de direito, meu voto será para quem o propôs pois, qualquer outro que possa vir a assumir, o abortará.

Essa sociedade de fato e de direito que há muito, sonho, será aquela com capacidade suficiente para analisar, em profundidade, as situações pelas quais possa vir a passar o País; mediante essa análise, caberá a ela, suportar embates e apoiar, quem estiver no cargo maior, para vencê-los, caso a resultante das análises, aponte para tal, independentemente de opiniões midiáticas.

Embates é o que não falta; ao lembrarmos de 2013, vamos identificar algo muito claro e que repercute até o momento ─ a Redução das Tarifas de Energia Elétrica; ela foi contestada por vários setores, inclusive o midiático que, a mando do sr. Mercado, afirmava ser ato temerário e inconsequente, do governo. Se essa redução não tivesse acontecido, imagine onde estariam as tarifas que foram recém ajustadas!

Anterior a isso, as sucessivas reduções da Taxa SELIC, eram assunto de longos debates e acaloradas críticas por parte dos chamados “analistas de mercado” “analistas econômicos”.  Em 2012, saímos de uma Taxa SELIC  10,90% em janeiro para terminarmos o ano em 7,14%. Em 2013, iniciamos com 7,11% e finalizamos com 9,90%. Neste ano de 2014, voltamos aos 2 dígitos.

A redução das tarifas de energia elétrica forneceu, aos arautos do sr. Mercado, munição suficiente para dar início aos constantes bombardeios ao País auxiliados, inclusive, por empresas internacionais de análise de risco, com o velho refrão do ─ Intervencionismo governamental.

Daí para a frente só notícias desagradáveis eram ─ e são ─ veiculadas pelas mídias capitalistas/neoliberais talvez mirando, desde então, o pleito eleitoral de 2014.

O Sr. Mercado não quer nenhuma interferência em suas ações; tanto é que o candidato do PSDB e do PSB já declinaram sua intenção, por exemplo, de tornar o Banco Central, autônomo; um risco considerável, para o País.

Apesar de sabermos que praticamente nada escapa ao controle do Sistema Econômico/Financeiro Global, o regime do Banco Central do Brasil ainda é favorável, ao País; se lhe for concedida autonomia ─ como deseja, ardentemente, o sistema acima referenciado ─ o País ficará mais vulnerável, do que já é, aos desmandos do sr. Mercado.

Outra discussão que, em verdade, não consegui entender, até o momento, é a de que a baixa taxa de desemprego que o Brasil apresentou, não era favorável à economia; na mesma linha de discussão, ficou claro que economistas de plantão não veem com bons olhos os aumentos do salário mínimo; alegam que eles dificultam os anseios, do setor empresarial; com essas opiniões, endossam o arrocho que vem sofrendo grande parte de países, principalmente europeus, que resolveram aplicar os ensinamentos do FMI.

O quesito ─ Inflação ─ é abordado diariamente pela mídia e candidatos de oposição. Não quero dizer que deveremos voltar aos picos inflacionários, que já tivemos; muito pelo contrário. Entretanto, desde   2008, o Conselho Monetário Nacional vem mantendo o teto da meta de inflação em 6,50% ao ano; sendo assim, essa meta foi ultrapassada apenas em 2012 quando chegamos a 6,94%. E, provavelmente, apesar da gritaria, não vamos estourá-la neste ano.

É interessante observar que mesmo quando ultrapassamos a meta em 2012, a mídia deu destaque sim, mas nada parecido com o que está acontecendo, neste ano de eleições; afinal, isso não surpreende pois sabemos bem o trabalho que vem sendo feito em desfavor do País!

Diariamente, 24 horas/dia, a criatura que assiste um noticiário, que ouve, pelo rádio comentários políticos e econômicos; que lê jornais é irresistivelmente atraído, compelido a considerar que realmente a inflação está fora de controle; a lavagem cerebral sobre quem não consegue fazer suas próprias análises é algo absurdamente, nefasto.

Este ano de 2014 realmente está se mostrando bastante difícil, para o Brasil; talvez em 2015 ainda tenhamos refluxos mas nada, absolutamente nada, que não possa ser vencido; um País, uma sociedade, um governo também está sujeito a altos e baixos, como qualquer animal humano; reconhecemos um animal humano forte, quando ele, em momentos de baixa, não se exaspera e busca alternativas para vencer a situação.

Acredito, profundamente, que o melhor caminho para se iniciar a caminhada rumo a uma sociedade de fato e de direito é, no caso brasileiro, um engajamento de grande parte da população em favor de uma Reforma Política extremamente abrangente; sem realizarmos essa Reforma, todas as outras continuarão apenas em promessas; continuaremos a ter os desmandos do Congresso Nacional em relação ao País e sociedade; continuaremos a ver sempre e sempre, o famoso fisiologismo definindo perdas e ganhos em votações extremamente importantes, ao País e sociedade; isso terá que ser mudado, custe o que custar!

Podemos atuar de várias formas para coletar ideias, sugestões para essa Reforma Política; entretanto, por incrível que pareça ainda acredito no corpo a corpo dos movimentos sociais; acredito na panfletagem que podemos fazer ao nosso redor imediato ─ condomínios residenciais; ruas, bairros, metros, ônibus, trens, lanchonetes, bancos de praça, cafezinhos etc., etc., etc.

Uma panfletagem com palavras simples, diretas, perfeitamente compreensíveis incentivando, convocando as pessoas a discutir com amigos, com colegas de trabalho a Reforma Política, fornecendo endereços para pesquisa, via internet; minha experiência, com esse tipo de trabalho, é altamente gratificante e produtiva.

Vamos nos engajar, de corpo e alma, nessa Reforma Política! Se só ela for levada a cabo, em 2015, o País e Sociedade terá alcançado um estágio altamente favorável para a chamada Democracia Participativa que fará, da Democracia Representativa, o que ela realmente deve ser ─ representante da Vontade Consciente e Madura de um povo esclarecido que não permitirá desnacionalizações do País e Sociedade; que saberá fazer do Voto Consciente, a mais poderosa força de transformação social; que saberá cobrar o que está sendo proposto/ feito pelo País e Sociedade; que saberá, dentro da conformidade legal, exigir transparência em projetos e votações; que saberá exigir, inclusive, o afastamento de qualquer elemento político que proceda de forma abusiva de suas prerrogativas institucionais.

Esse é o principal motivo de votar em Dilma:  ela propôs o Decreto 8243; ela terá que fazer valer sua decisão e nós, teremos que apoiá-la, nesse quesito, de forma ampla e total, defendendo-a do sistema midiático e do Congresso Nacional.

Maria-Estrela Lunar Amarela

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