Na maioria dos dicionários, Intenção e Intento são
considerados sinônimos juntamente com intuito, objetivo, fim, propósito; entretanto,
não vejo, dessa forma.
Explico a razão.
Sob meu ponto de vista intenção, intuito, objetivo, fim, propósito
é algo que nos impõe determinado tempo, para sua concretização:
− semana que vem vou até a praia;
− minha intenção,
daqui a seis meses, é comprar um carro zero;
− meu objetivo é viajar muito, quando me aposentar; trabalho
o mais que posso, justamente para isso.
Poderíamos aventar a hipótese de que intenção, intuito, fim,
objetivo, propósito são palavras que denotam especificidades lógicas e
racionais do Querer!
Intento, sob meu ponto de vista, é algo totalmente diferente;
o Intento deflagra uma determinada
ação – instantaneamente, sem passar
pelo crivo da racionalidade; ele irrompe
de algum ponto de nossa estrutura quântica num determinado AGORA em função de algo que “vemos”, sentimos ou pressentimos
exigindo de nós − sem que tenhamos
conhecimento objetivo, disso − ação imediata!
Por duas vezes, em minha vida, o Intento impôs-me determinada ação; é evidente que até ler
Castaneda, mais especificamente o livro – O Poder do Silêncio –, não tinha a
mínima ideia de como as coisas aconteceram daquela forma inexplicável; continuo
sem o saber, ainda; apenas resolvi aceitar o Intento como a possível Energia
que me fez agir da forma que agi.
Por ter vivenciado experiências que tomei a liberdade de
rotular, após leitura do livro acima referenciado, de – Ações do Intento −, é que pude entender, em profundidade as
explicações de dom Juan, sobre o ponto de
aglutinação e Intento.
Curiosamente, para mim, é claro, há uma similaridade entre
Intento e o que é denominado de Superposição Quântica, explicitado como: Um sistema físico existe em todos os estados
teoricamente possíveis.
Somos um Sistema Físico, certo?
Então, vivemos a vida inteira em Estado de Superposição
Quântica, sem que o percebamos, é claro; as decisões que “achamos” que tomamos
já existiam antes da “escolha” que fizemos − se é que fizemos.
Exatamente por essa razão vejo similaridade entre Intento e Superposição Quântica; o
Intento, perante determinada situação que se nos apresenta em um Agora
totalmente impossível de ser dimensionado, “busca” entre várias possibilidades
existentes, uma que “resolva” a questão que nos foi imposta de forma totalmente
alheia ao racional e lógico; em fração de milésimos de segundos UMA, das diversas possibilidades é REALIZADA, naquele ínfimo espaço de
tempo e sem a “nossa” participação lógica/racional.
É exatamente isso que acontece em uma Medição Quântica – os cientistas
só têm acesso ao resultado da medição daquele determinado sistema físico; eles
não têm a mínima noção do que ocorre durante a medição e a razão daquele
resultado e não de outro, que também seria possível; eles apenas sabem que o
resultado “apresentado” e outros, estavam em Superposição Quântica até
a decisão final do Sistema.
Algumas pessoas consideram que essa similaridade existente
entre a Mística – neste caso, ensinamentos de dom Juan, de Castaneda – e a
Física Quântica, deturpam concepções científicas.
Discordo.
Creio que essas tentativas de união entre o que é denominado
de MÍSTICA e a CIÊNCIA − de forma mais especifica, a F.Q −, devem ser feitas
com intuito de tentar demonstrar o valor da interdisciplinaridade e da Visão
Sistêmica, no desenvolvimento do conhecimento humano.
O primeiro físico a ousar desafiar a comunidade científica
propondo a possibilidade de junção entre
a Mística e a Ciência foi Fritjof Capra com seu livro – O TAO DA FÍSICA; como ele mesmo contou, esse livro só foi
editado pela ajuda de uma grande amiga, dele; nenhuma editora aceitou fazê-lo;
entretanto, apesar de grande parte da comunidade científica ter reprovado o
trabalho de Capra, seu livro obteve grande sucesso o que lhe abriu a
possibilidade de escolher com qual editora trabalhar seu livro – O ponto de
Mutação, já que inúmeras editoras queriam o privilégio de editá-lo, face o
sucesso do Tao da Física.
Hoje, Capra já não está mais só; alguns renomados cientistas
buscam aproximação entre Mística e F.Q., principalmente; assim sendo, nós que
não temos nenhuma ligação com o que é chamado de Comunidade Científica, nos
sentimos muito a vontade de tentar expor ideias que nos fazem acreditar ser de
extrema importância a União Futura, desses dois Caminhos do Conhecimento;
deslizes nesse sentido, de nossa parte, poderão ser perdoados e compreendidos,
não é verdade?
Para mim, MÍSTICA E CIÊNCIA PARTILHAM DA MESMA LINHAGEM
DE CONHECIMENTO; NÃO DIVERGEM, EM ESSÊNCIA; APENAS SE MOSTRAM E TRABALHAM COM
LINGUAGENS DIFERENCIADAS.
Maria-Estrela Lunar Amarela
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EgoCiência e SerCiência – Ensaios
EgoCiência e SerCiência – Em busca de conexões quânticas
EgoCiência e SerCiência vs. Algumas questões humanas